Brasil segue exportando soja, mas ritmo deve desacelerar em breve. Empresas exportadoras estão abastecidas até junho
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Fechamento de Mercado da Soja - Entrevista com Camilo Motter - Granoeste Corretora de Cereais
DownloadO mercado da soja fechou com estabilidade na Bolsa de Chicago nesta quarta-feira (25). Esse movimento, que apesar da estabilidade levou as cotações a encerrar os dia com pequenas baixas, chega após quatro sessões de altas muito expressivas no mercado internacional.
No entanto, como explica o analista de mercado Camilo Motter, da Granoeste Corretora de Cereais, as baixas têm uma limitação neste momento diante, principalmente, de uma demanda maior da China nos EUA. "As margens de esmagamento estão boas, há perspectivas de controle do coronavírus, da Peste Suína Africana, e isso criou um cenário positivo para o momento", diz.
A confirmação destas perspectivas, todavia, ainda sentem certa pressão das inúmeras incertezas que seguem muito presentes em todos os mercados mundiais. O importante agora é monitorar o comportamento comprador chinês e entender qual será sua participação nas vendas americanas.
EXPORTAÇÕES X DEMANDA INTERNA
Para o mercado brasileiro, há um suporte firme vindo, especialmente do dólar que segue acima dos R$ 5,00, e preços nos portos ainda com referência na casa dos R$ 100,00. E com elevado índice de comercialização no país, o produtor segue monitorando dia a dia o mercado para definir suas próximas vendas.
Na sequência, o produtor irá observar ainda como será a disputa entre as exportações e a demanda interna, principalmente no segundo semestre, com o consumo doméstico aquecido e a baixa disponibilidade de soja.
Agricultores argentinos iniciam colheita de soja, mas consideram esperar para vender
BUENOS AIRES (Reuters) - Os agricultores da Argentina começaram a colher as primeiras áreas plantadas com soja e milho em meio a problemas logísticos derivados de medidas para limitar a disseminação do coronavírus, o que faz com que alguns produtores avaliem vender sua safra mais tardiamente.
Mais de 70 municípios de diferentes províncias do país estão proibindo a entrada e saída de caminhões como medida para controlar a propagação da doença, mesmo depois de o governo argentino ter autorizado o transporte de cargas em meio a uma quarentena obrigatória, que vai até 31 de março.
"Estamos colhendo sem problemas", disse à Reuters o agricultor Eduardo Bell, da cidade de Saladillo, localizada no centro da província agrícola de Buenos Aires.
"Mas há atrasos no transporte. Muitas cidades não estão deixando que caminhões passem por elas, que (caminhoneiros) parem para almoçar, esse tipo de coisa", afirmou Bell, acrescentando que, devido aos baixos preços atuais, considera a possibilidade de manter seus grãos em silos, aguardando para comercializá-los com preços melhores.
No mercado local de futuros, MATBA-ROFEX, o contrato da soja para maio de 2020 era negociado nesta quarta-feira a 226 dólares por tonelada. O valor do vencimento, que na semana passada chegou a cair até 212 dólares por tonelada, era de 245 dólares por tonelada há um ano.
Soja e milho são as duas principais culturas e maior fonte de divisas da Argentina, onde até esta quarta-feira havia 387 casos confirmados de coronavírus, com seis mortes.
"Os produtores vão vender a menor quantidade possível de soja e milho, o necessário para cobrir seus custos, e vão guardar o resto. Os preços estão baixos e a Argentina, assim como o resto do mundo, tem tempos difíceis pela frente. Tudo isso aumenta a incerteza", afirmou Pablo Adreani, chefe da consultoria AgriPac.
Projeto de estímulo contra coronavírus dos EUA adiciona bilhões em apoio a agricultores
CHICAGO (Reuters) - O projeto de lei de estímulo contra o coronavírus dos Estados Unidos, que será votado pelo Senado, adicionará 14 bilhões de dólares à autoridade de gastos da Corporação de Crédito para Commodities do Departamento de Agricultura, e autorizará outros 9,5 bilhões para ajudar produtores de gado, laticínios, agricultores especializados e grupos agrícolas locais, de acordo com uma cópia do texto.
A Corporação de Crédito para Commodities (CCC), criada durante a Grande Depressão há quase um século, foi acessada pelo governo Trump com quase 30 bilhões de dólares nos últimos anos para compensar os agricultores e ajudar o setor devido à guerra comercial EUA-China.
A autoridade de gastos adicionais para a CCC, que já foi reabastecida com o Orçamento federal atual, abriria a porta para o Departamento de Agricultura fazer uma terceira rodada de pagamentos do Programa de Facilitação de Mercado, ou ajuda comercial, este ano.
Marubeni estima prejuízo de US$ 1,7 bi com impacto do coronavírus às commodities
TÓQUIO (Reuters) - A trading japonesa de commodities Marubeni projetou nesta quarta-feira um prejuízo líquido recorde de 190 bilhões de ienes (1,7 bilhão de dólares) para o ano comercial que termina em março, à medida que a pandemia de coronavírus gera uma queda sem precedentes nos preços do petróleo e baixas em outras commodities.
A estimativa de perdas, que confronta uma projeção anterior de lucro de 200 bilhões de ienes, vem conforme empresas de óleo e gás cortam planos de investimentos, em um momento em que a rápida disseminação do coronavírus causa choques na cadeia de demanda e o mercado é inundado com petróleo após o colapso do acordo da Opep+ para cortes de produção.
O prejuízo ocorre "devido à deterioração do ambiente global de negócios, incluindo uma forte queda nos preços do petróleo, na esteira da pandemia de coronavírus e de outros fatores", disse a Marubeni em comunicado.
A empresa afirmou que está registrando "impairment" e uma perda extraordinária que totalizam 390 bilhões de ienes, sendo 145 bilhões de ienes apenas de seus projetos de óleo e gás no Golfo dos Estados Unidos e no Mar do Norte.
A Marubeni também projeta um prejuízo de 100 bilhões de ienes em seus negócios de grãos nos EUA, incluindo um prejuízo de 80 bilhões de ienes na subsidiária Gavilon, além de uma perda de 60 bilhões de ienes nas fatias que mantém em minas de cobre no Chile.
O guidance revisado representa o primeiro prejuízo desde a perda de 116 bilhões de ienes registrada no ano comercial finalizado em março de 2002, um recorde à ocasião, disse o porta-voz da Marubeni, Masato Tachibana.
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