Mesmo com novas vendas de soja para China e clima desfavorável para lavouras nos EUA, cotações em Chicago encerram em baixa
As cotações futuras da soja encerraram a sessão desta quarta-feira (25) com os principais vencimentos em campo negativo na Bolsa de Chicago (CBOT). Os principais vencimentos fecharam a sessão quedas ao redor de 5,00 a 4,50 pontos. O contrato dezembro/19 terminou cotado a US$ 8,89 por bushel e o janeiro/20 trabalhava a US$ 9,03 por bushel.
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A notícia do pedido do impeachment do presidente americano Donald Trump divulgada no final da tarde de ontem e mantida nos grandes portais movimentaram o câmbio nesta quarta-feira (25).Para Fernando Pimentel - Agrosecurity Consultoria - apesar de a condição climática estar sendo colocada em pauta, os fatores cambiais influenciaram mais no fechamento do mercado. "Apesar de esse elemento climático estar sendo colocado na pauta, além do elemento climático brasileiro, a questão do cambio talvez tenha impactado um pouco mais do que a gente imaginava", afirma.
Em relação a nova compra de 580 mil toneladas de soja americana feita pela China, o especialista acredita que seja continuidade das compras que já vinham acontecendo nos últimos dias. “É uma sinal que chinês está colocando na mesa de negociação porque a próxima reunião será na primeira semana de outubro”, comenta.
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Para o especialista, por mais que seja firmado um acordo entre os dois países ainda não será suficiente para alavancar os preços nas bolsas. “É um bom sinal, mas ainda em um ritmo muito lento. O estoque lá é projetado, se colher tudo, ainda é o maior da história”, analisa.
O especialista reforça ainda que o impasse comercial entre as duas potências da economia mundial, obrigou a China a abrir os olhos para outros mercados como Brasil e Argentina, da mesma maneira que os Estados Unidos diminuiu as compras. “Esse contexto de crise gerou na China a necessidade de desconcentrar”, afirma.
Já no Brasil, o especialista afirma que o mercado perdeu liquidez nos últimos dias, sofreu queda nos prêmios, assim como a nova safra também paralisou as negociações deixando o mercado em um momento de espera. Para ele, o cenário onde muitos produtores ainda aguardam as chuvas para iniciar o plantio e entender o cronograma de colheita justifica as paralisações.
“É difícil você posicionar o lote para uma entrega porque você começa agora a ter elementos de clima que vão impactar na logística”, comenta. Ele ressalta ainda que nenhum produtor deverá iniciar a semeadura da soja enquanto as chuvas não ultrapassarem os 50 milímetros.
Por outro lado, segundo o especialista, quem compra a soja também está preocupado com as datas de plantio e colheita. “Se eu contratar soja pra primeira quinzena de fevereiro, vou contratar navio e a soja não estará pronta, vou pagar estadia", analisa. Ele relembra ainda que no ano passado muitos compradores ficaram no prejuízo com os fretes durante a paralisação dos caminhoneiros e que por isso aguardam para correrem mais riscos.
Confira a análise completa no vídeo acima
Vazio sanitário acaba hoje em Goiás, mas produtor precisa esperar umidade para plantar a soja
O vazio sanitário em Goiás termina nesta quarta-feira (25) e os produtores já estão liberados para iniciar o plantio da safra de soja 2019/20. Apesar da liberação, a Aprosoja GO aconselha os produtores aguardarem as condições climáticas melhorarem para iniciar os trabalhos.
“Desejamos que o produtor tenha um plantio excelente, mas que tenham atenção com a questão da chuva que é imprescindível. Não porque tivemos o vazio sanitário adiantado em cinco dias que está liberado sair plantando no seco ou de uma forma inadequada”, destaca o presidente da Aprosoja GO, Adriano Antônio Barzotto.
Após praticamente 130 dias sem chuvas expressivas, as previsões climáticas apontam possibilidade de precipitações no estado para esta semana e na virada de mês. Depois, 10 dias de estiagem são esperados até a retomada da umidade na segunda quinzena de outubro.
Nesta safra, a Aprosoja GO estima que a área cultivada deva crescer entre 3 e 4% e acredita em bom nível de produção final, caso o clima se normalize durante o desenvolvimento das lavouras.
Barzotto comenta ainda que, os custos de produção subiram até 15% para esta safra e os preços de venda da soja não estão acompanhando, ficando travados entre 71 e 72 reais. Dessa maneira, o volume de negócios fechados até o momento é menor do que o registrado no mesmo período do ano passado. (Guilherme Dorigatti)
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