"Não tenham pressa em vender", aconselha o consultor Ênio Fernandes
Ênio Fernandes, consultor em agronegócio da Terra Agronegócios, conversou com o Notícias Agrícolas a respeito dos últimos números da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra de soja do Brasil, divulgados em janeiro com base em dados de dezembro.
Fernandes diz ter total confiança nos dados da Conab por estes se aproximarem bastante do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), combinando a análise entre sensoriamento remoto e análise de satélite.
Contudo, ele ressalta que a análise está ultrapassada, já que houveram algumas intempéries climáticas no mês de janeiro. A estimativa de 118,8 milhões de toneladas pode ser menor, bem como a exportação de 75 milhões de toneladas.
Mesmo assim, a estimativa é de que o Brasil chegue ao final do ano quase sem soja. Para controlar a demanda, devem subir os preços ou os prêmios, o que passará a ter reflexo a partir de maio até o mês de agosto. Há, ainda, uma esperança de que a guerra comercial entre China e Estados Unidos não se prolongue.
O conselho de Fernandes para os produtores, portanto, é de limitar a venda de soja e não ter pressa em comercializar seu produto. O momento é de prestar atenção no mercado futuro.
1 comentário
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Cima favorável nos EUA, demanda fraca pelo produto americano e rumores sobre retenciones na Argentina pressionam soja em Chicago
Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC
As negociações entre os EUA e a China comunista ajudam o Brasil na exportação de soja. E aparentemente o produtor brasileiro pode lucrar muito retendo a soja nos armazéns, não tanto por ter vendido boa parte dela antecipadamente, os que venderam não tem do que reclamar... Os que vão especular daqui para a frente correm o risco da volta dos chineses ao mercado americano, que pode descarregar todo o estoque existente nos EUA na cabeça dos "comprados".
...Compreendi sua colocação, Rodrigo... porém isso só caberá a nível de prêmios para o Brasil, ... a composição do preço "flat" depende de Chicago + premio, o que, caso aconteça dos chineses voltarem a comprar fortemente dos EUA, Chicago deverá compensar com o recuo dos prêmios nos portos brasileiros..., Outro ponto importante é que números de produção do que o Brasil produzirá de soja estão bastante defasados... , isso não só implicará em ganhos em Chicago como também nos prêmios...
Obrigado Marlon, embora seja dificil explicar determinadas situações em linguagem mais acessivel, eu tenho enorme dificuldade nisso, é importante para os produtores conhecerem os termos mais técnicos. Muitas vezes o problema não está na análise mas na interpretação da análise, e digo isso aos produtores, não ao Marlon, ele certamente sabe disso bem melhor que eu. Por isso Marlon, vou tentar explicar aos produtores em outros termos o que entendi na afirmação de que "se os chineses voltarem ao mercado americano , chicago provavelmente compensará com a diminuição dos premios no Brasil". Sob o meu ponto de vista isso significa que, Chicago não cai mesmo com a volta dos chineses ao mercado americano. Essa é a compensação que vai haver no preço, Chicago não cai, caem os premios no Brasil. Ele não chegou a escrever mas deduz-se que mesmo que haja uma redução nos preços da soja brasileira, será uma queda momentanea, no que ele reforça com a explicação posterior de que haverá uma quebra significativa na safra brasileira o que deverá, com grande probabilidade, elevar os preços aqui e nos EUA, principalmente pela demanda chinesa que não deverá arrefecer como alguns analistas tem afirmado. Para os leitores que entenderam sem essa pequena tentativa de explicação, e para os quais isso é óbvio demais, peço que tenham paciencia pois certamente existem pessoas para as quais essa explicação é necessária. E minha intenção é essa, tornar tão simples que todos possam entender. Obrigado a todos e tenham um excelente dia.