Produtor do BR vai continuar vendendo soja acima dos US$ 10 por bushel
Nesta quarta-feira (03), o analista do SIMConsult, Liones Severo, conversou com o Notícias Agrícolas para conversar sobre os rumos do mercado da soja, que se aproximou novamente dos patamares de US$9/bushel na Bolsa de Chicago (CBOT).
Severo destaca que o preço não é causa da comercialização e das oscilações. A causa é a estrutura do mercado e como ela se comporta perante a oferta e a demanda. No Brasil, os produtores não aceitam vender a soja abaixo de US$10,50/bushel e o demandante, como precisa do produto, aceita pagar esse preço, de forma que os prêmios se encontram elevados neste mercado.
Para o analista, é possível estabelecer uma porção de relações a partir do produto. A literatura é muito dependente da CBOT, mas ele ressalta que existem muitos fatores alheios a isso. A China vinha dizendo que iria reduzir suas exportações, mas nesta noite já comprou soja para dezembro e janeiro no Brasil, de olho no plantio antecipado no Paraná.
A avaliação é de que a China vai buscar soja brasileira de qualquer maneira, já que um acordo com os Estados Unidos, da forma que foram feitas as retaliações, é difícil de ocorrer, na visão de Severo. Ele também salienta que o Brasil possui competência para atender a demanda chinesa, de forma que o país asiático deve investir neste mercado, que terá sempre a preferência.
Contudo, ele lembra que seria importante a presença de outros players e uma concorrência saudável no mercado. No entanto, a condição atual é extremamente relevante e o Brasil foi "premiado" por essa condição. A soja, se bem administrada, não dá prejuízo, como observa o analista.
Contabilizando Chicago e os prêmios, além da variação cambial, a soja tem potencial para trabalhar em um intervalo de preços de US$10,50/bushel até US$12,50/bushel no Brasil.
Nos Estados Unidos, os produtores resistem em vender. Com essa condição, somada à chegada da nova safra e com os problemas climáticos que ameaçam a qualidade do grão norte-americano, o mercado deve começar a buscar um nível de competência para que os produtores possam vender, em um modelo baseado na conveniência do vendedor e na necessidade do comprador.
Voltando ao Brasil, Severo aponta que a oferta brasileira não é tão fraca, mas que é extremamente disputada - e essa disputa é o que, justamente, forma os preços. A China também busca outras alternativas, como a compra de milho ou de canola do Canadá, procurando ficar independente dos Estados Unidos.
Para outros importadores, a soja brasileira é cara. Desta forma, apenas os chineses têm poder de compra no nosso mercado.
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