Chicago ignora relatório do USDA e soja encerra em alta refletindo demanda firme de mais de 1mi/ton na semana para a China
Nesta sexta-feira (9), foi divulgado um novo relatório de oferta e demanda pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) que se mostrou conservador em relação aos números do mês anterior - com exceção de algumas alterações a níveis globais e ns números do milho do Brasil e da Argentina.
De acordo com o analista de mercado Carlos Cogo, o USDA foi bastante conservador em não ter aumentado o número de exportações para os Estados Unidos - que permaneceu inalterado em 55,8 milhões de toneladas - e também em não reduzir o número de estoques, tendo em vista o forte ritmo de vendas do país, especialmente para a China.
Para Cogo, as alterações mais interessantes foram para o milho, que agora é previsto em 36,5 milhões de toneladas na Argentina e 86 milhões de toneladas no país.
No entanto, o mercado ignorou o relatório e continua focado nos principais fundamentos que pairam sobre as cotações - a demanda e a safra da América do Sul. Caminhando para um fechamento positivo em Chicago, o mercado da soja chama a atenção por estar com os contratos de vencimento longo mais altos do que em janeiro, o que sinaliza que o mercado não visualiza um efeito de baixa sobre o preço da soja.
Do lado da soja, a oferta composta pela América do Sul corresponde a 53% de toda a produção prevista para 2016/17. Portanto, o mercado também coloca um prêmio de risco de condições climáticas sobre as cotações futuras, embora nenhum grave problema de clima tenha sido detectado até então, a não ser a recente estiagem na Argentina.
A Argentina, por sua vez, trabalha também com uma redução na área de soja, que poderia ter sido maior caso o anúncio de uma não redução imediata para as taxas de exportação de soja tivesse sido feito antes. No entanto, o país trabalha para ser um player de destaque em 2017 para o milho.
Além da questão argentina, o milho também enfrenta um cenário adverso para os preços internos no Brasil. Estoques de passagem maiores do que o imaginado, exportações fracas, expectativa de uma safra grande e aumento de área no Mato Grosso são elementos que, somados, levam a uma baixa de preços acentuada no segundo semestre. "O espaço para queda existe e ainda é grande", explica Cogo. "Ainda estamos de R$6 a R$8 mais caros que Estados Unidos e Argentina".
Para os preços internos da soja, no entanto, há uma perspectiva de firmeza. A safra norte-americana já está consolidada e a demanda internacional está firme, além de o óleo de palma ter dado sustentação para os preços do óleo de soja com a quebra na Ásia. A China deve entrar comprando na safra sul-americana e, em janeiro, o Brasil já deverá ter 6 milhões de toneladas de soja disponíveis. Com estoques de passagem baixos, há um sintoma de que as exportações serão fortes em janeiro.
O analista aconselha aqueles produtores que ainda não protegeram parte de sua safra a realizar essas vendas, aproveitando o preço futuro sustentado e o câmbio favorável, uma vez que, posteriormente, é possível vender o restante da soja com tranquilidade.
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