Plantio evolui melhor que no ano passado na região de Sinop-MT, mas pelo menos 1/3 dos produtores reduziram tecnologia empregada
Na região de Sinop (MT), o plantio de soja para a nova safra está "bem mais adiantado do que no ano passado, mas ainda com problemas de falta de umidade", como aponta Antônio Galvan, presidente do Sindicato Rural do município.
Com chuvas irregulares, muitos produtores pararam e recomeçaram plantios e, "se não chover [nos próximos dias], vamos ter que parar novamente", detalha o presidente. Nas proximidades das cidades de Santa Carmen, Vera e Cláudia, onde Galvan realiza o seu cultivo, a chuva não é geral, mas é considerada "melhor do que no ano passado". "Tem vizinho que já terminou de plantar", ele aponta.
Nessa área, já há cerca de 70% da soja plantada, com algumas exceções, como a da própria propriedade de Galvan, que totaliza 50% da área plantada até o momento. No entanto, ele conta que a soja apresenta bom desenvolvimento, uma vez que os produtores evoluíram no tratamento de sementes e no controle de pragas, com boas germinações nas lavouras. Algumas áreas, no entanto, terão de realizar replantio.
Ele lembra que há três situações diferentes de produtores: o primeiro, que buscou se capitalizar e trabalha bem, por conta. O intermediário, que está individado, mas possui crédito. A terceira parte, que possui maior dificuldade, são aqueles produtores que investem menos, plantando sem adubo, sem fertilizantes e tentando sobreviver na atividade. Desta parte, que não é uma área significativa, de acordo com o presidente, algumas terras devem ficar sem plantio.
O problema também se dá nas vendas futuras, que estão estagnadas. A incerteza em relação ao mercado futuro faz com que ambos os lados fiquem receosos, principalmente em relação ao frete, que é uma incógnita até o momento. Caminhoneiros também passam por dificuldades e comentam sobre uma possível paralisação, o que é "bastante preocupante para o período", destaca. A incerteza também com os preços para a próxima safra, a medida em que se acompanha o mercado de Chicago e o movimento do dólar, gera preocupação nesta área.
Para o milho, o valor para a próxima safra também ainda é uma incógnita, principalmente em caso de uma safra cheia. "Não sabemos como o produtor vai pagar o custo, mas ele vai plantar e a safra vai se desenvolver, com certeza", diz Galvan. Atualmente, o produtor precisa de cerca de 30 sacas de milho para pagar somente a semente, a medida em que o fertilizante também enfrenta altas.
A média de produtividade da soja para a região é de 55 sacas/ha. O milho, que "depende muito do clima", como lembra o presidente, deve chegar a cerca de 120 sacas/ha, "mas tudo vai depender de umidade".
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