Produtor deve exigir testes de germinação e vigor antes de fechar negócio com as empresas de sementes
A situação das sementes que estão sendo utilizadas no Brasil enfrenta diferentes cenários. A medida em que os produtores de sementes possuem tecnologia avançada para oferecer um produto que traz alto vigor para as plantas, uma porcentagem ainda se mostra resistente a utilizar essas sementes. É o que explica Alexandre Gazolla Neto, engenheiro agrônomo e doutor em sementes.
De acordo com ele, cerca de 71% da soja brasileira na safra 2014/15 foi produzida a partir da chamada semente legal. No entanto, esse percentual é uma média que não reflete a baixa utilização no Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, enquanto os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Bahia se destacam na maior utilização.
O agricultor passou a ser mais exigente em qualidade. Com isso, os produtores de semente vêm trabalhando a importância do vigor na formação de plantas, que traz força para enfrentar condições climáticas adversas, além ainda de sua capacidade de germinação, a pureza física, que determina se a semente está bem classificada e livre de contaminantes e a questão sanitária, que é importante para saber se a semente não é passível de doenças.
Por isso, o engenheiro agrônomo recomenda que o agricultor conheça o máximo que puder da empresa que fornece as suas sementes e dos materiais utilizados. O agricultor pode, ainda, solicitar ou ir diretamente na empresa para coletar uma amostra dos lotes, direcionar para um laboratório de confiança certificado pelo Ministério da Agricultura (Mapa) e verificar se as sementes estão de acordo com essas condições. O custo dessa análise fica em torno de R$50 a R$60, sendo assim, uma alternativa vantajosa ao agricultor.
Outra alternativa é que o agricultor, quando receber seu lote, isole alguns metros quadrados, semeie com profundidade uniforme e faça a semeadura alguns dias antes para ver a germinação e a velocidade com a qual essa semente emerge no solo. “Isso dá um resultado muito bom, se ele não quiser enviar essa semente para um laboratório”, explica.
No Brasil, os agricultores não são proibidos de salvar suas próprias sementes, desde que preencham o anexo 33 junto ao Ministério da Agricultura. No entanto, é proibido comercializar essa semente ou comprar de outros produtores que salvem suas sementes. O engenheiro agrônomo, no entanto, não recomenda o salvamento de sementes, uma vez que a produção de sementes demanda investimentos e muita tecnologia para obter sementes com alto vigor.
O ideal é que o agricultor trabalhe com sementes muito bem classificadas e observe o momento adequado de semeadura. Ter equipamentos e um profissional adequado para o processo ajuda a estabelecer o sucesso no desenvolvimento da lavoura.
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