Em Balsas (MA), produtores reduzem investimentos para a safra de verão devido à falta de crédito
O vazio sanitário da soja termina no dia 15 de outubro na região de Balsas (MA) e os produtores rurais ainda buscam recursos para o planejamento dessa temporada. Muitos ficaram sem acesso ao crédito e o reflexo deverá ser visto nas lavouras da região. Isso porque, a redução nos investimentos em tecnologia já é uma realidade na localidade.
“A adubação será baixa, os produtores irão realizar o plantio da oleaginosa com a reserva no solo depositada nos últimos anos. No entanto, sabemos que uma lavoura sem tecnologia é uma lavoura comprometida. Normalmente, nossa produtividade gira em torno de 60 a 65 sacas do grão por hectare. Também estamos mais otimistas em relação ao clima, com perspectiva de mais chuvas para essa safra”, explica o produtor rural da região, Valério Mattei.
Paralelamente, os custos de produção estão mais altos nesta temporada. “E a soja em dólar está desvalorizada, o que também aumento os nossos custos. E com a quebra da safra passada na memória do produtor, foram poucos os negócios realizados nesta temporada com a soja”, pondera o agricultor.
Renegociação das dívidas
Na localidade, em meio às perdas na temporada anterior, os produtores ainda realizam as renegociações com as instituições financeiras. Recentemente, foi divulgada uma resolução do Banco Central que autoriza a renegociação das operações de crédito rural de custeio e investimento aos produtores afetados pela seca.
“Mas a medida chegou tarde demais e veio burocratizar a situação. Antes estávamos realizando as operações pelo manual de crédito do produtor rural. Agora há uma incerteza, não se sabe ao certo o que irá acontecer, pois para se beneficiar da medida é preciso que tenha sido decretado está de emergência, a nível estadual. E no Maranhão, temos apenas 4 cidades que se enquadram nessa medida”, afirma Mattei.
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