Soja volta a trabalhar acima dos US$10 /bushel em Chicago com demanda firme pelo grão diante dos maiores riscos em relação à oferta
Foi uma segunda-feira positiva para a soja em Chicago, com um mercado técnico e os investidores apostando num movimento de alta. Depois de trabalhar com altas de até 30 pontos nos principais vencimentos, ocorreu um movimento de realização de lucros e mesmo assim o mercado conseguiu encerrar com alta de 13 pontos. Os novos patamares, acima dos US$10,00/bushel ainda não estão consolidados, mas fica claro que Chicago já se encontra num novo degrau de negociações.
Essa mudança nos preços já trouxe de volta os vendedores brasileiros, tanto para os negócios da atual safra quanto para safra nova. De acordo com Vlamir Brandalizze , da Brandalizze Consulting, na semana passada foram mais de 10 milhões de toneladas negociadas, basicamente via insumos, operações de troca e fixações.
Nesta segunda-feira(25) mais um dia movimentado para as vendas, com pelo menos mais 2 milhões de toneladas negociados para a safra nova. Pelas contas do consultor, o volume de soja vendido antecipadamente saltou de algo em torno de 5% para índices próximos de 17% ou 17 milhões de toneladas, se considerarmos uma safra de 100 milhões de toneladas. E ainda existe espaço para novos negócios que podem , nesta semana, ultrapassar a casa de 20 milhões toneladas.
A soja tem níveis 30% a 40% maiores que há um ano com níveis de negócios para entrega maio/2017 entre R$ 86,00 a R$ 88,00/saca nos portos. Podemos chegar a R$ 90,00/saca ainda essa semana.
Ocorreram também vendas de soja disponível, principalmente por parte daqueles produtores que têm dívidas para saldar nas próximas semanas.
Considerando os últimos números divulgados pelo USDA, em relação à safra atual, as 320 milhões de toneladas já não se confirmarão mais com as quebras nas safras Brasileira e Argentina. E o consumo de 318 milhões de toneladas pode ser maior, explica Brandalizze. Diante desse aperto entre oferta e demanda e possível utilização dos estoques, os chineses se viram interessados em comprar para aproveitar os atuais patamares de preços, em torno dos US$ 10,00/bushel , considerados relativamente baratos.
Para o produtor brasileiro o momento é de participar nas vendas da próxima safra e garantir ao menos o custo de produção e aqueles que não precisam fazer caixa imediatamente, a dica é aguardar pelo segundo semestre para negociar a soja disponível. Segundo o consultor, poderemos ver na soja um mercado muito parecido ao do milho no início desse ano, quando houve uma disputa interna pelo produto e uma valorização significativa dos preços.
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