Com 17 dias de chuvas na Argentina, prêmios internos da soja sobem US$ 10/ton após interrupção da colheita e paralisação dos negócios
Recebendo um grande volume de chuvas há pelo menos 17 dias, diversas regiões produtoras de soja da Argentina não conseguem dar andamento aos trabalhos de colheita, e já registram perdas. Historicamente neste período o país deveria ter em média 40% a 50% da área colhida, no entanto, o percentual não passa de 20% neste ano.
Segundo o diretor da Globoaltecnos, Sebastian Gavalda, estão ocorrendo perdas tanto em quantidade, com inundações; e de qualidade, já que algumas vagens estão brotando no campo. Em linhas gerais, as consultorias estimam perdas na ordem de 7% (4 milhões de toneladas) das 60 milhões toneladas projetadas inicialmente.
"Estamos falando de uma queda muito grande na área de colheita em regiões importantes, que devem totalizar até 4 milhões de toneladas de redução na produção", explica Gavalda.
Em abril, as chuvas chegaram até 300 mm em algumas regiões, especialmente nas províncias de Entre Rios e Santa Fé, prejudicando a produção que caminhava para ser recorde. Segundo o diretor, a safra apresentava rendimentos acima da média antes das chuvas.
Esse cenário também travou a comercialização. Dos 15% da área colhida, foram possíveis colocar 6 milhões de toneladas no circuito comercial, mas a medida que a situação climática começou a se agravar a comercialização da oleaginosa travou.
"Na Argentina, diferente do produtor brasileiro, não temos o costume fazer venda antecipada. O produtor argentino vende na colheita, e com essa situação poucos estão negociando. Apenas 15 milhões de toneladas já estão comprometidas”, afirma Gavalda.
Conseqüência das chuvas em excesso, as indústrias estão pagando um prêmio de US$ 10 por tonelada, saindo de US$ 245/ton para US$ 255 neste período que normalmente os prêmios são negativos.
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