Relatório da Embrapa conclui que o clima foi o principal responsável por baixa produtividade da soja em Mato Grosso

Publicado em 04/04/2016 12:27
Com menos chuvas e temperaturas recordes durante fases críticas de desenvolvimento das plantas, soja teve baixo índice de produtividade

Um relatório desenvolvido pela Embrapa apontou as condições climáticas como o principal fator que influenciou o baixo rendimento das lavouras de soja na safra 2015/16 no Mato Grosso.

De acordo com a pesquisadora da Embrapa Agrosssilvipastoril, Dulândula Wruck, as plantas, principalmente na fase de desenvolvimento vegetativo, floração e enchimento de grãos, foram expostas ao veranico intenso e temperaturas médias elevadas.

"Nós não tivemos um abortamento de flor ou de vagem, elas foram formadas, porém não havia grão", explica Wruck afirmando que muitos produtores procuraram a entidade relatando vagens vazias e grãos chochos encontrados nas lavouras.

Como conseqüência algumas plantas apresentavam sintomas de doenças como a mela seca e principalmente a macrophomina (ou podridão negra das raízes). O fungo da macrophomina alimenta-se de materiais mortos, o que demonstra que diversas raízes estavam apodrecendo por conta da deficiência hídrica.

Em condições climáticas normais, este fungo atua como decompositor de tecidos mortos. Devido à falta de chuva, eles passaram a invadir as raízes das plantas de soja. O cenário foi ainda mais grave onde o manejo do solo vinha sendo realizado de forma incorreta, já que a compactação impediu que as raízes descer no perfil do solo.

De acordo com o relatório as temperaturas máximas médias em Sinop (MT) ficaram em 2,5 ºC, 3,6ºC e 2,9 ºC acima dos valores médios do ano de 2013 nos meses de outubro, novembro e dezembro, respectivamente. Além disso, a precipitação registrada nesses meses foram 32% menor do que o registrado em 2013.

"Não podemos saber como serão estas condições nos próximos anos, se ficar um constante então o produtor precisará melhorar seu manejo de solo, porque não podemos controlar o clima, mas talvez seja possível conviver melhor com essas mudanças", ressalta Wruck.

Uma das alternativas de menor custo é a utilização de braquiária consorciada com milho para impedir a compactação e adensamento do solo. Outra operação que exigiria maior viabilidade financeira, mas que pode ser feito escalonado na propriedade, é a escarificação e a utilização de gesso e calagem como forma de reduzir a acidez em camadas mais profundas do solo.

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Tags:
Por:
Aleksander Horta e Larissa Albuquerque
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • CESAR AUGUSTO SCHMITT Maringá - PR

    Nossa, como essa Embrapa é esperta. isso ninguém sabia (??!!) rsss...

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    • Edson Martins Jorden Assis Chateaubriand - PR

      Sr. César com todo respeito a Embrapa nao pode ser rediculizada por um simples relatório .

      Nao esqueca todo serviços prestado a agricultura brasileira. Sobrevivendo com um recurso insignificante.

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