Colheita de milho avança em SC mas quebra de 20% deixa estado ainda mais dependente de importação do grão
A colheita do milho em Santa Catarina atingiu 50% da área total de 300 mil hectares e já apresenta quebra de 20% devido ao excesso de chuvas. Com produção aproximada 2,5 milhões de toneladas o estado ainda precisará importar 3 milhões de toneladas para atender a demanda interna.
De acordo com o presidente do sindicato rural, Enori Barbieri, com a baixa disponibilidade de oferta para atender, principalmente o mercado de proteína animal, as primeiras sacas da safra de verão foram comercializadas entre R$ 38,00 a R$ 40,00.
"O Estado tem a necessidade de um volume de 6 milhões de toneladas por ano, e nos tivemos como grande concorrente os consumidores dos portos, que estava sendo comercializado a R$ 47,00 a saca", destaca Barbieri.
Para ele, com o avanço das exportações de soja nos próximos meses, a demanda acelerada pelo milho deve reduzir, diminuindo também os preços pagos ao produtor. "Por isso, quem ainda tem milho para vender, que será colhido, deve esperar um pouco", acrescenta o presidente.
Soja
As primeiras áreas cultivadas tiveram perdas mais significativas com as chuvas, no entanto, na média do estado a cultura se desenvolveu bem. Segundo o presidente, 30% da área foram colhidas com quebra aproximada de 10% a 15%.
"A produtividade foi menor nas primeiras áreas colhidas, mas isso deve se normalizar, totalizando uma média de 3 mil quilos por hectares", explica Barbieri.
O Estado cultivou na safra 2015/16 um total de 700 mil hectares, que devem representar uma produção de 2 milhões de toneladas. Neste montante, cerca de 40% a 50% foi comercializada antecipadamente, aproveitando os níveis de R$ 65,00 a R$ 73,00 a saca.
Arroz
Assim como ocorreu nas demais culturas, a safra de arroz sofreu com o excesso de chuvas e deve registrar uma quebra superior a 20%. A perspectiva inicial era de colher 1,1 milhão de toneladas, mas que deve se confirmar em 900 mil toneladas.
"O grande volume de precipitações no segundo semestre causou alagamento nas lavouras e muitos não puderam replantar. Fazendo com que o mercado do arroz tenha preços em alta em função da falta de produto no Brasil", explica Barbieri.
Em Santa Catarina a saca do arroz é comercializada em torno de R$ 40,00 valor que segundo Barbieri, cobre os custos de produção.
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