Soja no Oeste da BA perde até 10% do potencial produtivo a cada dia sem chuva. Produtividade média já reduziu de 57 para 35 scs/ha
Grande parte das lavouras de soja no município de Luiz Eduardo Magalhães (BA) estão a mais de 30 dias sem receber chuvas e com altas temperaturas. O tempo quente associado a períodos de baixa umidade predispõem as sementes ao “enrugamento”, e a maturação acelerada, causando danos diretos na produtividade.
De acordo com o diretor de grãos do Sindicato rural de LEM, Celito Eduardo Breda, a expectativa inicial da região era colher 57 sacas por hectare, com custo de 43 sc/ha. Depois do longo período de estiagem, as projeções indicam uma perda média de 30% dependendo da região.
"Hoje os otimistas falam de no máximo 40 sacas por hectare e tem alguns que são mais pessimistas que acreditam no máximo em 30 sacas por hectare. Então a variação vai depender da região", explica Breda.
Segundo ele, a seqüência no padrão climático de estiagem e alta temperatura podem trazer prejuízos de 7% a 10% por dia. E, mesmo que as chuvas retornem a região, muitas áreas não terão condições de se recuperar das perdas.
As previsões climáticas para a região chegam a indicar chuvas para esta semana. De acordo com o agrometeorologista, Marco Antonio dos Santos, o maior volume deve ocorrer somente "no começo da semana que vem, onde ai sim, irá retornar o tempo chuvoso à toda a região. Sendo que o mês de março será com chuvas dentro da média. O problema é que essas chuvas irão retornar tarde, infelizmente, para a maioria dos produtores", destaca.
"Muitos produtores não vão conseguir cumprir os contratos com as traders, eles irão querer cobrar a multa e o produtor não tem condições de bancar esses valores", pondera o diretor.
De acordo com ele, cerca de 2,6 milhões de toneladas - aproximadamente 25 a 30 sacas por hectare - já estão comprometidas em contratos futuros. Assim, produtividades médias abaixo de 43 sacas por hectare (valor atribuído ao custo de produção) já configuram prejuízos ao produtor.
Outro fator importante a destacar é a dependência da economia do município ao agronegócio e a grave situação nesta safra, poderá ter efeito sobre a receita de LEM.
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