Soja do Matopiba está morrendo debaixo do sol escaldante
A falta de chuvas e as temperaturas altas estão prejudicando as lavouras de soja no Oeste da Bahia e todo o Matopiba. Os problemas estão relacionados diretamente com o calor excessivo, que causa escaldadura ou cancro por calor, e a deterioração (cozimento) da raiz.
De acordo com o jornalista João Batista Olivi, que esteve na região de Luiz Eduardo Magalhães (BA) na última semana, a situação é mais grave nos solos arenosos, mas se estende por todo o município, mesmo nas áreas que receberam grandes investimentos em tecnologia.
A presidente do sindicato rural de LEM, Carminha Missio, explica que devido ao calor intenso as perdas podem chegar de 10% a 30% nas áreas consideradas boas, "e em áreas mais comprometidas com certeza à quebra pode chegar de 30% a 50% ou até mais", alerta.
Segundo ela, as perdas maiores são registradas em propriedades em que os produtores não conseguiram realizar a lavoura com alta tecnologia. "Muitos produtores sem acesso ao crédito de maneira necessária, não conseguiram um perfil de solo adequado para uma lavoura com maior resistência a estiagem", acrescente Missio.
As previsões climáticas para a região chegam a indicar chuvas para esta semana, mas que não devem ser suficientes para reverter o quadro de perdas. De acordo com o agrometeorologista, Marco Antonio dos Santos, o maior volume deve ocorrer somente "no começo da semana que vem, onde ai sim, irá retornar o tempo chuvoso à toda a região. Sendo que o mês de março será com chuvas dentro da média. O problema é que essas chuvas irão retornar tarde, infelizmente, para a maioria dos produtores", destaca.
Inicialmente as perspectivas indicavam boa safra para o Matopiba, no entanto, a seca e as altas temperaturas se intensificaram nos últimos dez dias, período de enchimento de grãos, e tem causado comprometimento da safra.
A região do Matopiba cultiva, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 3 milhões de hectares e está pela terceira safra consecutiva sofrendo com problemas de seca.
A seguir, veja imagens das lavouras queimadas em pontos do Matopiba:
3 comentários
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Lindalvo José Teixeira Marialva - PR
Brasil das diversidades... Comentei em Dezembro que o País iria perder em torno de 20% da safra por conta dos problemas climáticos, alguns duvidaram, no entanto acho que esta perda atinge até mais. Chuvas excessivas, estiagem, vendavais, erosão, enfim são vários fatores, desta forma devemos estudar mais, aprofundar nossos conhecimentos em cada região deste país, escolher bem as variedades, melhorar a pesquisa. A tecnologia intacta em nossa região não aguentou as chuvas excessivas, apenas 10 dias na fase de pré-colheita foram suficientes para dizer que a tecnologia Intacta esqueceu que pode chover?!! e os produtores tiveram prejuízos enormes, inclusive alguns perderam 100%. Enfim, temos muito que aprender e melhorar com o nosso clima e com o nosso solo.
Paulo Roberto Vielmo Nova Esperança do Sul - RS
Todos os anos se repete a mesma história de super safra. Os interesses são enormes e quando ela aponta rumo contrário, oculta-se a realidade... Ao produtor é que não favorece nunca a divulgação dessas falsas consultorias a serviço de interesses escusos. Aqui no RS a realidade não é muito diferente de outras regiões do Brasil. Tivemos problemas com o excesso de chuvas no cedo, depois o veranico de Janeiro e agora no final de Fevereiro as chuvas escassearam novamente. Mas apesar disso é mais do que certo que consultorias de destaque anunciarão safra recorde também por aqui.
Marcelo Luiz Campina da Lagoa - PR
Segundo uma renomada consultoria aqui do Brasil, a safra de soja vai ser recorde. Eles inclusive aumentaram a previsão de produção para 101 mi de toneladas. Para esta empresa, não existe MATOPIBA, não existe norte do Mato Grosso, não existe Mato Grosso do Sul, não existe Paraná. As fotos de seca ou grãos brotados no pé são problemas pontuais. É incrível como jogam a reputação no lixo para agradar clientes.
Desafio esta consultoria apresentar seus métodos de avaliação de safra e submetê-los a um exame minucioso, bem como, desafio apresentar sua lista de clientes (assinantes) para que possamos ver quantos produtores rurais constam da mesma.-