Chuvas de mais de 700 mm em Balsas (MA) gera mais incertezas em relação à produtividade das lavouras de soja
Depois do longo período de estiagem, as chuvas retornaram à região de Balsas (MA) e já causam preocupações. No período de 5 a 30 de janeiro, o volume acumulado ultrapassa os 700 mm, e o reflexo já pode ser visto nas áreas urbana e rural do município.
Na cidade, o Rio Balsas transbordou o que fez com que muitos ribeirinhos fossem obrigados a deixarem as suas casas. Na área rural, muitos produtores ficaram sem acesso às propriedades durante 3 a 4 dias. “Esse é um cenário atípico para a nossa região. Não temos relatos de tanta chuva no mês de janeiro, em 2009 tivemos 500 mm, porém, foi em março”, ressalta o presidente da Aprosoja MA, Isaías Soldatelli.
Já para as lavouras de soja ainda não é possível avaliar os efeitos do clima adverso, isso porque, ainda há produtores finalizando a semeadura do grão. “Não temos certezas em relação à produtividade das plantações. Algumas áreas foram afetadas pela estiagem do final do ano passado e agora, além das chuvas, tivemos dias nublados, o que pode afetar o desenvolvimento das plantas e o peso dos grãos”, explica a liderança.
Além disso, Soldatelli ressalta que a semeadura da soja realizada em janeiro, fora da janela ideal, também pode reduzir o rendimento da cultura. “E o produtor já teve prejuízo com o replantio e nas áreas plantadas em janeiro o rendimento é baixo”, completa.
Por outro lado, devido ao atraso no cultivo da oleaginosa, alguns produtores já estão migrando para o plantio do milho. Até o momento, cerca de 20 mil hectares que seriam destinados à semeadura da soja serão cultivados com o cereal. “Quem conseguiu trocar sementes e adubos já fez essa opção. E se o clima correr bem teremos um bom rendimento com o milho. De hoje em diante não deveremos mais plantar a soja”, acredita Soldatelli.
Em relação aos contratos realizados anteriormente, a liderança ainda sinaliza que há uma preocupação muito grande. “Mas já temos casos de tradings que estavam financiando soja e tiveram bom senso e mudaram o contrato para milho. Ainda assim, a rentabilidade nesta temporada está comprometida. Com isso, buscamos que seja decretado estado de emergência para amparar os produtores”, diz.
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