Chuvas ao redor de 200 mm animam produtores de soja em Sorriso (MT), mas quebra está próxima de 30%

Publicado em 04/01/2016 10:34
Precipitações amenizam as condições das lavouras de soja semeadas tardiamente. Perda na produção deve ficar em torno de 500 mil toneladas do grão. Parte dos produtores ainda finaliza o plantio e investem no replantio da oleaginosa. Outros estão dessecando as áreas para realizar a semeadura do feijão caupi. Preocupação segue com os contratos fixados antecipadamente.

2016 começou com uma boa notícia aos produtores rurais de soja de Sorriso (MT), o retorno das chuvas. Nas duas últimas semanas, o volume acumulado se aproximou de 200 mm e as precipitações foram generalizadas. As chuvas amenizaram as condições das lavouras, especialmente as semeadas tardiamente, porém, em outras áreas as perdas já são consolidadas. De forma geral, a quebra na produção deve ficar entre 25% até 30%, o que seria equivalente a 500 mil toneladas do grão.

Segundo o presidente do Sindicato Rural do município, Laércio Pedro Lenz, as chuvas também reduziram o ataque da mosca branca nas plantações de soja. “Com a seca, o ataque da praga é mais severo. Ainda assim, nas propriedades que ficaram até 50 dias sem precipitações, as plantas morreram e não há como recuperar. Em algumas áreas, vistorias apontam para um rendimento médio em torno de 5 sacas por hectare, o que não paga nem o custo da colheita”, explica.

Diante desse cenário, muitos produtores ainda avaliam a possibilidade de replantio da oleaginosa, em algumas propriedades seria pela 3ª vez, ou até mesmo o investimento em outras culturas como o milho ou feijão caupi. “Essa é uma situação bastante particular, cada produtor terá que avaliar e analisar os contratos feitos anteriormente”, destaca o presidente.

Em meio a uma situação nunca vista no estado, o Governo estadual prorrogou o plantio da soja para até o dia 15 de janeiro. “Estamos tentando uma ampliação dessa data para até o dia 31 de janeiro. Já que a semeadura segue atrasada e muitos agricultores ainda não finalizaram nem o plantio do grão e outros estão realizando o replantio. Ainda assim, o grão cultivado em janeiro resulta em um rendimento menor, em até 30%”, diz Lenz.

Clima

Por enquanto, as previsões climáticas continuam a indicar chuvas para a localidade nessa e na próxima semana. “Com as precipitações recentes, a umidade relativa do ar subiu e as temperaturas estão mais amenas. Estávamos com temperaturas próximas dos 40º C e hoje está normal, um clima favorável ao desenvolvimento da cultura”, ressalta o presidente.

Comercialização da soja

Além de todo o cenário climático, os produtores seguem apreensivos com a entrega dos contratos feitos anteriormente. Normalmente, os agricultores negociam entre 50% até 60% da safra antecipadamente para garantir os custos de produção. Porém, com a situação parte dos produtores não conseguirá cumprir os contratos.

“Estamos conversando com as traders para tentar amenizar a situação do produtor, talvez para cumprir esses contratos no próximo ano, com uma revisão nos preços. E também há questão dos bancos, não podemos negativar os agricultores, pois poderemos acabar os tirando da atividade”, orienta Lenz.

Frente a esse quadro, a liderança sindical ainda sinaliza que é um ano de cautela aos produtores rurais. “Já iniciamos o plantio com uma defasagem, com custos de produção em torno de 15% mais altos e com uma produção baixa, o rombo será grande. O agricultor deve ter cautela e tentar produzir bem. E também temos que analisar a crise política enfrentada pelo país, o que gera muitas incertezas, então é melhor ficar na retaguarda”, ratifica.

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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