Vazio sanitário e custos elevados para as próximas safras são os principais problemas para os produtores da região Oeste de MT
Entre os desafios que a nova diretoria da Aprosoja Mato Grosso terá que enfrentar estão os custos elevados para as próximas safras e o novo período do vazio sanitário do Estado.
A chapa “Aprosoja Forte” encabeçada pelo produtor rural de Nova Xavantina, Endrigo Dalcin, foi eleita com 60% dos votos na primeira eleição da entidade com duas chapas, realizada no último dia 09 de novembro.
Com um cenário político e econômico conturbado, a nova direção eleita para conduzir a Associação no biênio 2016/17, considera que a Associação terá grandes desafios para auxiliar os produtores na gestão de suas propriedades.
De acordo com o vice-presidente regional, José Guarino Fernandes, no oeste do estado às maiores preocupações "são os custos de produção para a próxima safra, além do vazio sanitário que está sendo muito discutido e cobrado pelos produtores, já que consideram que o período não atende a demanda do setor", explica.
O Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea) publicou em outubro deste ano as novas regras para o cultivo de soja a partir da safra 2015/2016, alterando o período de vazio sanitário e de colheita da produção.
Segundo a Instrução Normativa, o produtor terá até 5 de maio de 2016 para realizar a colheita. O vazio sanitário foi alterado pela quarta vez em um ano, passando agora para o período de 15 de junho a 15 de setembro. Além disso, o período de plantio foi colocado de 16 de setembro até 31 de dezembro.
Para os produtores, a proibição de plantio de janeiro a setembro inviabiliza algumas práticas de gerenciamento da produção, como salvar semente. Mas, Fernandes afirma que esse fator está na pauta da nova diretoria e será amplamente discutido.
Safra 2015/16
Nesta safra os produtores estão enfrentando elevados custos de produção - devido à recente valorização do dólar - e intempéries climáticas influenciadas por uns dos El Niño mais fortes nos últimos 15 anos.
De acordo com o vice-presidente, mesmo o dólar colaborando na composição de preços no mercado interno, os produtores que tem custos em dólar terão baixa remuneração nesta e na próxima temporada.
Além disso, a irregularidade climática no Centro-Oeste do país atrasou a semeadura da soja na safra 2015/16 e comprometeu a qualidade das lavouras, podendo impactar também na janela ideal para o plantio do milho safrinha.
"Onde não houve replantio, existem áreas com baixos stand, mas o produtor não replantou porque perderia a janela do milho. Esse cenário é em todo o estado e pode comprometer a produtividade", alerta Fernandes.
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