Com chuvas constantes, plantio da soja segue atrasado em Passo Fundo (RS)
Com o grande volume de chuva que tem atingido os estados do sul do país - em especial o Rio Grande do Sul - o plantio de soja não consegue evoluir. Segundo o ultimo levantamento da Emater/RS (Assistência Técnica e Extensão Rural) apesar da boa recuperação em relação à semana anterior (5%), o atual percentual (20%) ainda não alcança a média de anos anteriores, ficando atrás em 17%.
O produtor rural, Dilermando Rostirolla, explica que na região de Passo Fundo (RS) os agricultores só conseguem realizar o plantio nas poucas janelas de tempo aberto que ocorrem nas localidades.
Além disso, o excesso de umidade pode favorecer o aparecimento da ferrugem asiática deixando os agricultores em alerta. De acordo com o Consórcio Antiferrugem desde o início de junho até o momento totalizam 66 casos no Brasil - sendo 29 no Rio Grande do Sul e 17 no Paraná - contra 36 ocorrências no mesmo período do ano passado.
Simultaneamente, os produtores também estão atentos aos preços da soja que giram em torno de R$ 80,00 a saca de 60 kg no mercado disponível. Segundo Rostirolla, esses níveis de preço apesar de parecerem alto estão descolados do mercado internacional e preocupa os agricultores.
"O preço que está sendo praticado para a soja a nível de Chicago é o pior dos últimos tempos, o dólar mesmo ajudando, não sabemos até quando dele permanecerá nesses patamares. E se isso acontecer o produtor terá muito prejuízo", alerta Rostirolla.
Trigo
O excesso de chuva no Estado também prejudicou a cultura do trigo. Segundo o produtor rural na sua propriedade a expectativa era de alcançar um rendimento médio de 60 sacas por hectare, no entanto, com pouco mais de 90% da lavoura colhida os resultados não passaram de 20 sacas/ha, com ph60.
"A qualidade do trigo está muito a desejar, o Rio Grande Sul não terá 50% do que previa colher. Esse é realmente o pior momento para o Estado, onde os produtores não conseguiram colher, ficaram as dívidas para pagar que estão sendo renovadas, e o seguro muitos não tinham, por isso os agricultores estão em uma situação bem ruim", explica Rostirolla.
O Estado que já havia reduzido em 30% a área plantada nesta safra, agora também amargam perdas e queda na qualidade do grão. Por outro lado "os trigos de qualidade terão preço com certeza, então os produtores que tiverem esse produto não é momento de vender agora", considera o triticultor.
Ainda assim, os custos da cultura são elevados, e mesmo com preços remuneradores os agricultores terão mais um ano de prejuízos. Segundo Rostirolla "o custo do trigo para fazer um hectare, nos níveis de preços razoavelmente bons, passa de 45 sacas", destaca.
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