Com chuvas irregulares, produtores estão cautelosos em iniciar o plantio da soja em Uberaba (MG)

O vazio sanitário terminou na última quarta-feira (30) para o Estado de Minas Gerais, mas os produtores ainda estão cautelosos em iniciar o plantio da soja por conta de irregularidade nas chuvas.

Segundo o presidente do sindicato rural, Romeu Borges de Araújo, os agricultores vão aguardar mais 100 mm de chuvas para iniciar o cultivo. Segundo o Simge (Sistema de Meteorologia e Recursos Hídricos de Minas Gerais) a previsão para os próximos sete dias indica "tempo instável no Sul, Oeste, Campo das Vertentes e Zona da Mata, até o domingo (04), porém a partir da segunda (05), a instabilidade avançará para as demais áreas de Minas Gerais, podendo provocar chuvas isoladas e rajadas de vento em todo o estado”, informou em seu boletim.

"A previsão é que a partir do dia 15 de outubro tenhamos chuvas mais fortes e com isso tenhamos a janela para iniciar o plantio, já que a região planeja fazer uma safrinha", ressalta Araújo.

Para essa safra, a perspectiva é de uma redução de 15% na área destinada ao cultivo do milho de verão para dar lugar às lavouras de soja, que devem predominar na região.

Nesta safra, os produtores enfrentaram problemas para liberação de crédito rural que desencadeou em um atraso na compra dos insumos. Além disso, a forte valorização do dólar encareceu diversos insumos e elevou o custo de produção. De acordo com Araújo "muitos adubos subiram cerca de 30%, temos formas de adubo que saiu de 1.400,00 para 2.000,00 reais no prazo de quatro meses", declara.

A preocupação neste momento é quanto ao cenário do dólar no período de comercialização, já que muitos agricultores tiveram seus custos elevados e outros sequer tiveram acesso às linhas de crédito agrícola.

Enquanto isso, os preços da saca da oleaginosa giram em torno de R$ 80,00 no disponível, porém "somente grandes players, ou produtores muito bem calçados financeiramente tem essa soja. Essa oscilação de preço beneficia poucos e, cria desafios para muitos", avalia o presidente.