Cotações encerram sem direção definida mesmo com número elevado de pedidos de seguro e esmagamento em alta nos EUA. Prevaleceu expectativa de boa oferta
O mercado fechou nesta segunda – feira (17), praticamente neutro. Houve uma correção nos principais vencimentos que registraram altas de 0,5% a 1% e as bolsas seguem de olho no que pode acontecer com o clima nos EUA.
Segundo Luciano Marques, corretor da Gama Corretora de Cereais, o mercado teve boas noticias, mas não conseguiu reagir. Após o relatório do USDA, na última quarta – feira (12), o mercado não encontrou base de demanda para voltar a ter uma reação de alta. Apesar do aumento no número de seguros na nação americana, houve também o aumento do esmagamento que foi anunciado, deixando o mercado sem força para reações.
“Esse número de seguros, são os produtores que acionaram por não terem conseguido implementar a lavoura de forma satisfatória. Segundo as condições de lavouras, que devem sair daqui a pouco, se não cair abaixo de 60% as condições de boa e excelente, acredito que o mercado não vai reagir positivamente”, explica.
Ainda segundo o analista, o que mais influencia, é o clima nos EUA que segue úmido após previsões de muita seca. Estimava-se uma queda na produção por volta de 101 milhões de toneladas. Porém, após o relatório do USDA, eles mantiveram a 106 milhões de toneladas e o mercado caminha mais próximo dos US$ 9,00 do que dos US$ 10,00 que vinham trabalhando.
“Ou seja, o clima mais adequado dá condições de atingir os números divulgados pelo USDA. Ele dá mais suporte nesse nível perto dos US$ 10,00 e o clima mais favorável freia as cotações”, destaca.
Diante desse cenário, o momento é importante para as lavouras nos EUA. Em cerca de 30 a 40 dias deve iniciar a colheita em algumas áreas e os produtores terão mais condições de analisar os números e saber como será a produtividade. “A tendência é de Chicago mais pressionado, devido à entrada da safra americana onde carregam uma pressão mais forte”, revela o analista.
No entanto, a expectativa ainda segundo ele, é de pressão sobre os preços se as condições climáticas caminharem favoravelmente. ”A não ser que a gente tenha uma noticia de demanda da China. Certamente, se isso acontecer, acredito que Chicago deve trabalhar perto dos US$ 9,20”, conta.
Já no Brasil, o agravante é para o cenário econômico no país. O dólar caminha dando suporte ao preço nacional. “Se analisarmos uma conta de US$ 21,00 da safra nova, esse preço está abaixo do que vinha sendo praticado no passado. Hoje se trabalha em R$ 77,00 no porto”, conclui.