MT tem novas regras para o vazio sanitário da soja e não poderá cultivar a safrinha; debate será desafio para a ABRASS

O maior estado produtor da oleaginosa no Brasil, o Mato Grosso oficializou a proibição do plantio em sucessão de soja sobre soja (safrinha). A norma foi publicada no Diário Oficial de 09 de fevereiro de 2015 a Instrução Normativa Conjunta Sedec/Seaf/Indea-MT Nº 001/2015 dispondo sobre medidas fitossanitárias para prevenção e controle da ferrugem asiática.

Com a alteração do Vazio Sanitário, a recomendação de engenheiros agrônomos é que haja uma rotação de culturas na segunda safra (safrinha), para evitar a propagação de doenças.

Para Marco Alexandre Sousa, presidente da ABRASS (Associação Brasileira dos Produtores de Sementes de Soja), é preciso entender as determinações dos técnicos, que pesquisaram e consideraram a safrinha da soja um dano ao cultivo nas próximas safras, ao médio e longo prazo.

"A ABRASS defende o direito do produtor em salvar sua semente, desde que ele faça dentro das regras do plantio normal. O que nós condenamos é o comércio ilegal de semente, onde o produtor salva sua semente e depois vende para outra pessoa", explica Sousa.

O período de vazio sanitário, no qual não pode haver nenhuma planta viva de soja nas lavouras, foi fixado entre 1º de maio e 15 de setembro de cada ano.

Custos

Segundo Sousa, o maior custo com a semente é com a matéria prima (soja), dessa forma o dólar nestes patamares e Chicago continuando firme, possivelmente haverá uma valorização do grão e consequentemente aumento nos custos da semente.

"O custo da próxima safra preocupa, considerando os produtos que são dolarizados e a valorização crescente da moeda, algumas regiões podem ficar inviabilizadas", considera Souza.

Para ele, o momento é oportuno para fazer a relação de troca grão-semente, no entanto, pode haver falta de algumas variedades de semente de maior demanda.

ABRASS

A ABRASS empossou na última terça-feira (10), a nova diretoria para o biênio 2015/2016. A nova gestão tem como presidente Marco Alexandre Sousa.
O foco das ações desta nova gestão será a valorização do sistema de produção de sementes de soja no país, bem como a busca por excelência em qualidade, como contou o presidente.

"Nós vamos atuar com a união dos produtores de sementes, valorizando o produtor e os insumos sementes, bem como melhorar a qualidade da semente de soja", explica.

No caso das polêmicas dos royalties, Sousa considera que "os produtores tem que entender a importância do recolhimento dos royalties", haja vista que esses investimentos são aplicados a pesquisas e entidades de pesquisas, que colaboram com o setor produtivo do país.