Alessandra Mello: Começo da vacinação anima o mercado financeiro no mundo e no Brasil, a economia reage

Publicado em 08/01/2021 15:39 e atualizado em 08/01/2021 17:48
Tempo & Dinheiro - Com João Batista Olivi

 

Otimismo mantém Ibovespa perto dos 123 mil pontos; investidor gira carteira

LOGO REUTERS

SÃO PAULO (Reuters) - O fluxo de recursos segue positivo para o mercado brasileiro de ações nesta sexta-feira, com o principal índice buscando novas máximas, refletindo uma perspectiva continuada de que vacinas para Covid-19 devolverão a economia global ao crescimento.

Às 12h05, o Ibovespa subia 0,39%, a 122.869,04 pontos, após ter subido 2,76% na véspera, para novo fechamento recorde. O giro financeiro da sessão somava 12,87 bilhões de reais.

Para profissionais do mercado, a expectativa por mais estímulos fiscais nos Estados Unidos no governo do presidente eleito Joe Biden, que toma posse no dia 20, com apoio da maioria do Congresso, segue alimentando apostas em ativos de risco.

O ambiente de maior liquidez se reflete na B3 em entrada de recursos de investidores estrangeiros, que ficou positivo em cerca de 4 bilhões de reais em janeiro até o dia 6.

Além disso, o avanço da vacinação contra a Covid-19 em todo mundo eleva a confiança dos investidores, reforçando o cenário de recuperação global.

"O cenário para a economia global em 2021 se mostra construtivo, revertendo a retração em 2020 decorrente da pandemia", afirmou a equipe de pesquisa econômica do Bradesco.

Após consolidar 100% de alta desde o pior momento da crise provocada pela pandemia, em março passado, o Ibovespa mantinha o viés ascendente, tendo nesta sexta-feira como atividades ligadas a construtoras e de empresas de saúde.

Ao mesmo tempo, movimentos pontuais de realização de lucros já eram observados em setores como os ligados a metais e de bancos, que estiveram entre as líderes de ganhos anteriores.

DESTAQUES

- MRV era destaque positivo no Ibovespa, subindo 4,35%. A empresa anunciou a quarta-feira a venda de empreendimento em Miami por 57 milhões de dólares, na primeira operação da unidade nos EUA, AHS, de um total de 306 milhões de dólares. CYRELA avançava 3,7%.

- HYPERA ganhava 3,3%, liderando o movimento entre empresas do setor de saúde. Notre Dame Intermédica tinha elevação de 4,6 %%. Fora do índice, Rede D'Or subia 2,3%.

- AMBEV avançava 2%. Em relatório, o Credi Suisse comentou que o crescimento de 11,1% da produção do mercado brasileiro de cerveja em novembro, ano a ano, é positivo para a companhia.

- VALE recuava 2,2%, ilustrando um movimento de realização de lucros sobre o setor de metais, após o papel ter atingido na véspera o recorde acima de 100 reais, triplicando de valor em 10 meses. GERDAU caía 2,5%, USIMINAS tinha baixa de 2% e CSN perdia 2,7%.

- PETROBRAS retrocedia 0,9%, também alvejada por embolso de ganhos, apesar de novas altas na cotação do barril do petróleo no mercado internacional.

Indústria de veículos espera alta de 25% na produção em 2021, crítica ICMS em SP

LOGO REUTERS

SÃO PAULO (Reuters) - A indústria brasileira de veículos espera que a produção de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus em 2021 cresça 25%, para 2,52 milhões de unidades, previsão que o presidente da associação de montadoras, Anfavea, considerado como "conservadora", diante das incertezas como as geradas pelos efeitos da pandemia.

Apesar do crescimento previsto, o volume projetado ainda representa uma ociosidade de cerca de 50%, uma vez que a capacidade nominal da indústria é de produção de 5 milhões de veículos por ano.

Para as vendas de novos, há uma expectativa de aumento de 15%, para 2,37 milhões de unidades. Já a visão para as exportações crescimento de 9%, para 353 mil unidades.

"As marcas são conservadoras ... Imaginamos que o Brasil vai crescer este ano, mas existem incertezas e outras dificuldades", afirmou o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, em apresentação online nesta sexta-feira. A estimativa da Anfavea para o crescimento do PIB do Brasil neste ano é de 3,5%, disse Moraes.

Ele citou como definições ao setor a decisão do governo de São Paulo não final de 2020, que aumentou o ICMS sobre vendas de veículos novos e usados.

Segundo ele, o ICMS de veículos usados ​​em São Paulo em alguns casos subiu 207%, o que pode impactar as vendas de novos já que estes produtos são usados ​​como parte do pagamento. Já em novos, o ICMS a partir de 15 de janeiro será elevado de 12% para 13,3% e a partir de 1 de abril será incrementado para 14,5%, disse o presidente da Anfavea.

"A gente não imaginava que São Paulo fosse fazer uma proposição deste tipo. Isso afeta o mercado. É uma coisa que nos surpreende. Quero destacar nosso desapontamento com o governo do Estado de São Paulo", disse Moraes. "Não é o momento de se fazer aumento de impostos no país, vai contra a premissa da reforma tributária ... que não prevê aumento na carga."

Em dezembro, a produção cresceu 22,8%, para 209.296 unidades. Ante novembro, queda queda de 12,1%. Já os emplacamentos caíram 7,1% em comparação anual, mas subiram 8,4% em relação ao mês. O estoque no mês terminou em 96,8 mil veículos distribuídos entre pátios de montadoras e concessionários, volume equivalente para 12 dias de comercialização, o que é o menor nível da história do setor, segundo Moraes.

No ano, a produção caiu 31,6%, para 2,01 milhões de veículos enquanto as vendas recuaram 26,2%, para 2,06 milhões. O setor terminou 2020 com fechamentos de cerca de 5 mil postos de trabalho, para 120,5 mil posições.

S&P 500 e Nasdaq batem máximas recordes com esperanças de estímulos ofuscando dados ruins de emprego

LOGO REUTERS

(Reuters) - Os índices S&P 500 e Nasdaq escalaram novas máximas nesta sexta-feira, à medida que as esperanças de mais estímulos econômicos para enfrentar uma crise provocada pela pandemia compensavam preocupações sobre uma desaceleração recuperada na recuperação do mercado de trabalho.

O relatório de emprego do governo norte-americano mostrado que a economia cortou vagas pela primeira vez em oito meses em dezembro, quando o país sucumbiu a um salto em casos de Covid-19.

No entanto, com o apoio de quase 900 bilhões de dólares em estímulo aprovado pelo governo na semana passada e expectativas de um pacote fiscal maior e gastos com infraestrutura sob o futuro governo de Joe Biden, os principais índices de Wall Street atingiram níveis históricos.

"É difícil ignorar uma queda impressionante de empregos em dezembro, mas o mercado deve ignorar os dados decepcionantes diante da distribuição de vacina, forte probabilidade de estímulo e um Fed com uma política monetária estimulativa", disse Mike Loewengart, diretor geral de estratégia de investimento na E * TRADE Financeiro.

Sete dos 11 principais setores do S&P subiam nesta sexta, com saúde, consumo discricionário e imobiliário liderando os ganhos.

Os segmentos financeiro e de materiais básicos, entre os três setores de melhor desempenho nesta semana, caíam.

Alguns agentes de mercado em Wall Street deixam um ajuste negativo nas bolsas no curto prazo, já que a exuberância de estímulos monetários e fiscais sem precedentes elevou os preços dos ativos de forma artificial, deixando o movimento atual sem consistência.

Às 12:48 (horário de Brasília), o índice Dow Jones caía 0,04%, a 31,028 pontos, enquanto o S&P 500 ganhava 0,036805%, a 3,805 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq avançava 0,68%, a 13,156 pontos.

 

 

 

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Fonte:
Notícias Agrícolas/Reuters

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário