Comunistas/petistas e elite fecham com Rodrigo Maia, contra o candidato de Bolsonaro(Lira) na Câmara

Publicado em 21/12/2020 16:14
Tempo & Dinheiro - Com João Batista Olivi

Maia diz que nome de candidato sai até 4ª e nega que negociou pauta econômica

No Poder360

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta 2ª feira (21.dez.2020) que o candidato de seu grupo político deve ser anunciado até 4ª (23.dez.2020). Ele articulou a criação de um bloco com a oposição, mas sem anunciar quem postulante ao cargo que ele ocupa atualmente.

É possível que haja duas candidaturas no bloco. Os opositores querem lançar um nome. Pelo grupo de Maia, os mais cotados são Baleia Rossi (MDB-SP) e Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).

“Vai sair. Sai antes do recesso, claro. Acredito que ate 4ª feira no máximo a gente tenha um encaminhamento dado, ouvindo a todos”, declarou o presidente da Câmara em entrevista a jornalistas.

Antes de falar à imprensa na Câmara, Maia recebeu líderes do bloco, em casa, para um almoço. O tema era a  sucessão.

“Nós formamos um bloco na 6ª e estamos dialogando para o mais rápido possível sairmos com um nome e o bloco de fato unido. Fizemos o almoço, vamos continuar conversando. Ainda nesta semana, certamente, nós teremos as definições necessárias”, declarou.

O bloco encaminhado por Maia reúne 269 deputados. Inclui PT, PSL, MDB, PSB, PSDB, DEM, PDT, Cidadania, PV, PC do B, Rede. A votação é secreta e os partidos não têm como punir filiados caso não sigam a diretriz da sigla.

Isso não significa que o número de deputados do bloco será, necessariamente, o número de votos na urna. A eleição é em 1º de fevereiro. Se todos os 513 deputados votarem, serão necessários 257 votos para ser eleito.

Maia está à frente da Casa Baixa desde 2016. Entrou depois da queda de Eduardo Cunha (MDB-RJ). O STF (Supremo Tribunal Federal) o proibiu de se candidatar novamente. Maia nega que tenha tido a intenção de concorrer.

O presidente da Câmara também disse que não negociou pauta econômica, como autonomia do Banco Central e privatizações, com os líderes da esquerda na costura do bloco.

“A nossa pauta é a garantia da independência da Câmara e trabalhar para que a liberdade de imprensa esteja mantida, as liberdades individuais, que o debate dos direitos das minorias esteja mantido na Câmara. Isso é o que nos une”, declarou Maia.

Voto secreto não garante vitória para grupo de Maia

Para garantir a eleição são necessários 257 votos, caso os 513 deputados votem. Isso não significa que há qualquer garantia. A eleição será realizada em 1º de fevereiro e o voto é secreto – ou seja, traições de ambos os lados são esperadas.

Até essa 6ª feira (18.dez), decidiram apoiar o candidato de Maia (que ainda é desconhecido) os seguintes partidos: PT, PSL, MDB, PSB, PSDB, DEM, PDT, Cidadania, PV, PC do B e Rede.

Faltam só Novo, Podemos e o Psol se decidirem se apoiarão algum nome, o que poderá ser anunciado no início da próxima semana. Juntos somam 28 votos. A tendência é de que o Psol e o Novo integrem o grupo de Maia e o Podemos apoie Arthur Lira (PP-AL), que é o postulante ao cargo e tem o apoio do presidente Jair Bolsonaro.

Até agora, Lira tem o apoio dos seguintes partidos: PP, PL, PSD, Republicanos, Solidariedade, PTB, Pros, PSC, Avante e Patriota. Juntos somam 204 votos. São 65 votos a menos do que tem hoje o grupo do atual presidente da Câmara.

“O que nos divide é exatamente a pauta econômica. Se nós fossemos tratar dessa pauta não teríamos tido convergência como tivemos na 6ª feira”, disse ele. O ministro da Economia, Paulo Guedes, já acusou o deputado de barrar privatizações para agradar a esquerda.

Fora do bloco de Maia, o candidato mais forte é Arthur Lira (PP-AL). Ele é próximo do presidente da República, Jair Bolsonaro. Essa proximidade é um dos motivos de os partidos de esquerda terem sido atraídos pelo grupo do atual presidente da Casa.

É importante para o governo ter um aliado na presidência da Câmara porque é prerrogativa do cargo decidir o que é votado. Se o Planalto quiser afrouxar a legislação sobre armas, por exemplo, o projeto só sai do papel se os presidentes da Câmara e do Senado pautarem.

Maia tem defendido que o Congresso trabalhe em janeiro, mês que normalmente é de recesso. Na entrevista, ele afirmou achar difícil que isso aconteça. Seria, principalmente, por falta de apoio do governo.

“Também não acho que o Senado esteja com essa vontade, mas mais ainda o governo não tem a vontade porque acha que de alguma forma a intenção de pautar algo em janeiro tenha relação com minha sucessão, o que também é outra visão equivocada”, disse Rodrigo Maia.

Ele também declarou não ver movimentações do Planalto para votar a proposta do Executivo para a reforma tributária. Maia disse que poderia fazer essa análise fora do projeto completo. “Coloquei-me à disposição do governo, se o governo quiser. O projeto é de autoria do governo”.

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Fonte:
Notícias Agrícolas/Poder360

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