"Canalhas!", grita Bolsonaro, enfurecido com o cerco da extrema-imprensa; "a verdade nos libertará!" (por Renato Dias)
Paulo Guedes diz que desmontou plano de impeachment contra Bolsonaro comandado por Maia e Doria (Conexão Política)
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse, em entrevista à revista Veja, que foi o principal articulador para impedir o impeachment do presidente Jair Bolsonaro.
Segundo ele, o plano seria comandado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), “gente da Justiça” e outros governadores.
Preocupado com os rumos dessa articulação, Guedes afirma que ligou para todos os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para desarticular o suposto plano para abrir o processo de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro.
“Tinha cronograma. Em sessenta dias iriam fazer o impeachment. Tinha gente da Justiça, tinha o Rodrigo Maia, tinha governadores envolvidos. O Doria ligou para mim e disse assim: ‘Paulo, é a chance de salvar a sua biografia. Esse governo não vai durar mais de sessenta dias. Faz um favor? Se salva’”, disse.
“Houve, sim, um movimento para desestabilizar o governo. Não é mais ou menos, não. Tinha cronograma. Em sessenta dias iriam fazer o impeachment. Tinha gente da Justiça, tinha o Rodrigo Maia, tinha governadores envolvidos. O Doria ligou para mim e disse assim: ‘Paulo, é a chance de salvar a sua biografia. Esse governo não vai durar mais de sessenta dias. Faz um favor? Se salva’”.
Guedes frisou que muito mais do que qualquer vaidade para salvar o que muitos chamam de biografia, ele precisava salvar o governo, pois milhões de brasileiros acreditaram na transformação do país.
Para acalmar o clima, o governo teria conversado para abrir mão do então ministro da Educação, Abraham Weintraub.
“Liguei para cada um dos ministros do Supremo para tentar entender o que estava acontecendo. Conseguimos desmontar o conflito ouvindo cada um deles. O ministro Gilmar Mendes, por exemplo, sugeriu que o governo deveria dar um sinal, caso estivesse realmente interessado em pacificar as relações. A demissão do Weintraub foi uma sinalização. Liguei também para o ministro Barroso e para o ministro Fux”, declarou Paulo Guedes. (por Raul Holderf Nascimento, Conexão Política).
Bloco de Maia recebe apoio da oposição e terá 11 partidos em disputa pela presidência da Câmara
(Reuters) - Partidos de oposição anunciaram nesta sexta-feira apoio ao bloco liderado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), na disputa por sua sucessão ao comando da Casa, o que levou o deputado a anunciar a formação de uma aliança com 11 legendas para a disputa.
Maia leu documento assinado por representantes dos partidos do bloco: PT, DEM, PDT, PSB, MDB, Cidadania, Rede, PV, PCdoB, PSDB e PSL. Ao todo, 269 deputados compõem o grupo, de acordo com a Agência Câmara Notícias.
"Enquanto alguns buscam corroer e lutam para fechar nossas instituições, nós aqui lutamos para valorizá-las. Enquanto uns cultivam o sonho torpe do autoritarismo, nós fazemos a vigília da liberdade. Enquanto uns se encontram nas trevas, nós celebramos a luz", disse Maia ao ler o documento, ao lado de líderes e representantes dos partidos.
O bloco de Maia, que ainda não tem um candidato definido, enfrentará o líder do PP, Arthur Lira (AL), que é apoiado pelo governo do presidente Jair Bolsonaro.
Dois nomes são considerados os favoritos para representar o bloco do atual presidente da Câmara: o líder do MDB, Baleia Rossi (SP), e o líder da Maioria, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), mas o PT informou que também apresentará um nome do próprio partido ou da oposição a ser apreciado pelo grupo.
De acordo com Maia, o bloco vai dialogar nos próximos dias para definir o nome "mais da centro-direita, mas que também pode sair do campo da centro-esquerda" para representar o grupo.
"Da esquerda ou da direita, mas principalmente que possa representar e manter uma união de partidos com ideias tão diferentes, mas como grande convergência na defesa da democracia, da liberdade e das instituições democráticas", afirmou.
Os partidos de oposição, que eram considerados fiéis da balança na disputa, reconheceram as diferenças com a agenda econômica defendida por demais legendas do bloco, mas exaltaram a união contra o governo.
"Vamos nos unir para enfrentar o inimigo maior, o inimigo maior da nação brasileira se chama Jair Messias Bolsonaro, e ele será derrotado na eleição da Mesa da Câmara", disse o deputado Orlando Silva, que assinou o documento em nome do PCdoB, em discurso no plenário da Câmara, acrescentando que a oposição continuará a lutar contra a agenda econômica defendida por Maia, apesar da aliança.
Também em discurso no plenário, Arthur Lira acusou Maia de promover uma ditadura no comando da Casa e disse que os dois nomes cogitados para concorrer pelo grupo rival também fazem parte da base do governo. Aguinaldo, inclusive, é do mesmo partido de Lira.
"Essa Casa vive hoje uma ditadura de representatividade. Não tem rodízio proporcional para os relatórios de MPs, PLs, PECs, e quando o relator é escolhido ninguém nem sabe", afirmou.
"Não tem mais função o colégio de líderes nessa casa, não tem mais o princípio de proporcionalidade para entrega das matérias", disse. "Nós estávamos calados o tempo todo, mas agora não mais."
A eleição para a presidência da Câmara ocorrerá em fevereiro. Para ser eleito, o candidato precisa de maioria absoluta dos votos (257) em primeira votação, ou ser o mais votado no segundo turno.
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