Dólar deve encerrar 2020 nos R$ 6,00 e volatilidade vai se intensificar, diz economista

Publicado em 15/10/2020 16:01 e atualizado em 15/10/2020 17:06
André Perfeito - Economista Chefe - Necton
Andamento da moeda brasileira está atrelada, essencialmente, à cena interna do Brasil, principalmente à questão fiscal, mas acompanha ainda a segunda onda do coronavírus na Europa, as fases finais do Brexit e as incertezas sobre a recuperação da economia global pós pandemia.

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Entrevista com André Perfeito - Economista Chefe - Necton sobre o Dólar

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Volatilidade deverá ser o nome do jogo para o mercado cambial no Brasil, conforme explica bem o economista chefe da Necton, André Perfeito, ao Notícias Agrícolas em entrevista nesta quinta-feira (15), quando o dólar voltou aos R$ 5,60. A projeção do especialista é de que a divisa chegue ao final de 2020 em R$ 6,00 e afirma ainda que a continuidade da desvalorização do real que pode continuar nos próximos meses está bastante atrelada à cena interna.

"Existe um nível de aversão à moeda do Brasil que é muito grande que é derivada por um nível de taxa de juro que é incompatível com o nível de risco do país. Estamos com uma taxa de juro real negativa, então o real não remunera suficientemente bem vis a vis o risco que o próprio mercado entende. Então, não tem segredo. Se o preço é determinado pelo mercado, isso vai se traduzir, necessariamente, em um jogo de depreciação do real", diz. 

Na análise de Perfeito, a questão central é a atual situação fiscal brasileira. "Acho que o problema do real é o real mesmo. Nossas condições econômicas estão fragilizadas (...) e o ponto central é a questão fiscal. Eles não conseguirão resolver os dilemas fiscais brasileiros em tempo hábil e isso é uma situação em que o real tende a se desvalorizar ainda mais", explica o economista. 

O que poderia mudar o rumo do mercado seriam fatores como o resultado das eleições norte-americanas - principalmente com uma eventual vitória do democrata Joe Biden - bem como o desfecho da questão do Brexit - que está em fases finais de negociação e implementação - e do futuro da segunda onda do coronavírus, que já assusta a Europa e cria ainda mais incertezas sobre o ritmo de recuperação da economia global. 

 

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Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas

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