Despesas sujeitas a teto de gastos sobem 7,9% no ano até agosto (com Alessandra Mello)
Com o Poder Executivo federal gastando acima dos limites para o ano, as despesas sujeitas ao teto de gastos subiram 7,9% de janeiro a agosto na comparação com igual período de 2019, segundo o Tesouro Nacional. E essa conta não inclui os gastos extraordinários feitos para combater os efeitos da pandemia do novo coronavírus, que ficam de fora do teto por serem urgentes e imprevistos.
Pela regra do teto, o limite de crescimento das despesas do governo é a variação acumulada da inflação em 12 meses até junho do ano passado. Porém, como o governo não ocupou todo o limite previsto em anos anteriores, na prática há uma margem para expansão de até 6,0%.
As despesas do Poder Executivo no ano estão acima do teto, com variação de 8,4% até agosto, enquanto sua margem é de 6,2%. Também estão acima de seus respectivos tetos o Supremo Tribunal Federal (STF), a Justiça Militar da União, a Justiça do Trabalho e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Bolsonaro reclama de reação do mercado e pede sugestões para financiar Renda Cidadã
BRASÍLIA (Reuters) - Depois da reação negativa do mercado financeiro às propostas do governo para financiar um novo programa de transferência de renda, o presidente Jair Bolsonaro reclamou, nesta quarta-feira, que precisa de sugestões, e não de críticas, e alertou que com o agravamento da crise econômica, "todo mundo vai mal", inclusive o mercado financeiro.
"Pessoal do mercado também, não estou dando recado para vocês. Se o Brasil for mal, todo mundo vai mal. Aquele ditado estamos no mesmo barco é o mais claro do momento. O Brasil é um só. Se começar a dar problema todos sofrem. Pessoal do mercado não vai ter renda também. Vocês vivem disso, de aplicação", disse Bolsonaro ao parar para conversar com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada.
"E nós queremos obviamente estar de bem com todo mundo. Mas eu peço por favor ajudem com sugestões, não com críticas. Quando tiver que criticar alguém não é o presidente."
As reclamações de Bolsonaro vieram depois da reação negativa dos mercados, com queda da bolsa, aumento do dólar e dos juros futuros, ao anúncio das alternativas analisadas pelo governo para financiar o Renda Cidadã, programa que deve ampliar o Bolsa Família.
A proposta de usar parte dos recursos de precatórios --dívidas de ações judiciais perdidas pela União e que devem ser pagas depois das sentenças definitivas-- e recursos do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) para financiar o programa foi vista como uma tentativa de driblar o teto de gastos e o ajuste fiscal.
Como havia feito mais cedo em suas rede sociais, Bolsonaro afirmou que é preciso encontrar uma forma de atender 20 milhões de pessoas que irão ficar em renda com o fim do auxílio emergencial, em janeiro de 2021. Essa situação, afirmou, pode levar a "distúrbios sociais" e "a esquerda pode se aproveitar disso e incendiar o Brasil".
"Nós precisamos ter uma alternativa para isso, se não os problemas sociais serão enormes. Agora tudo que o governo pensa, ou gente ligada ao governo, ou líderes partidários pensam, isso aí se transforma em criticas monstruosas contra nós", disse. "Temos que ter alternativa para isso. Sabemos que não tem recurso então está buscando alternativas."
Bolsonaro reclamou ainda, mais uma vez, que está sendo acusado de tentar criar o programa social visando sua reeleição em 2022. O pagamento do auxílio emergencial durante a pandemia do novo coronavírus aumentou sua aprovação nas pesquisas mais recentes, mas a última parcela será paga em dezembro.
"Tudo que eu faço agora dizem que estou pensando em 22. Se eu não faço nada, sou omisso. Se faço, estou pensando em 22. Agora, não queiram estar no meu lugar. Agora, eu vou fazer o possível para buscar uma solução. E digo mais, eu vou para uma máxima militar: quero uma solução racional, preciso de ajuda, conselhos sugestões", disse.
"Agora, se não aparecer nada, eu vou tomar aquela decisão que o militar toma: pior que uma decisão mal tomada é uma indecisão. Eu não vou ficar indeciso, o tempo está correndo, está chegando janeiro de 21", afirmou.
Bolsas da Europa fecham em queda cautela por debate nos EUA e avanço da covid-19
As bolsas da Europa fecharam com perdas nesta terça-feira, 29, com a incerteza sobre o coronavírus no radar e a grande expectativas pelo primeiro debate presidencial nos EUA. O dia foi marcado pela divulgação de indicadores mistos e movimentos específicos colaboraram com quedas em determinados setores, como o de energia. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em baixa de 0,52%, a 361,49 pontos, após ter aumento de 2,2% ontem, no melhor resultado desde 22 de junho.
"Com as tensões aumentadas em meio a uma eleição que pode estar muito mais próxima do que as pesquisas sugerem, qualquer erro potencial pode ser ampliado exponencialmente", apontou a LPL Market sobre o debate de hoje à noite entre Joe Biden e Donald Trump. No campo da pandemia também há cautela - o mundo atingiu ontem a marca de 1 milhão de mortos pela covid-19.
O dia foi de importantes perdas no preço do petróleo, com os barris em Londres e Nova York acumulando quedas próximas a 4%. O resultado teve impacto no setor de energia, com a Total caindo 1,63%, e em Londres BP (-2,20), Royal Dutch Shell (-1,86) seguindo a tendência.
As negociações entre o Reino Unido e a União Europeia sobre a relação futura após o Brexit também seguem no radar, caminhando para a nona rodada, cercada por incertezas. Em Londres, o FTSE 100 operou em queda ao longo do dia, fechando em 0,51%, a 5 897,50 pontos.
O índice de sentimento econômico da zona do euro subiu a 91,1 em setembro, dado divulgado hoje, acima dos 89,0 previstos. Já o índice de confiança do consumidor subiu a -13,9, como previsto pelos analistas ouvidos pelo Wall Street Journal.
A Alemanha divulgou queda de 0,2% no índice de preços ao consumidor (CPI) em setembro, na comparação anual, ante previsão de estabilidade. O ING adverte que o quadro pode "facilmente se transformar em deflação" no país, temendo uma eventual "espiral deflacionária". No país, a Lufthansa, empresa bastante sujeitas às notícias sobre o avanço da pandemia, fechou em baixa de 2,10% Em Frankfurt, o índice DAX fechou em baixa de 0,35%, a 12 825,82 pontos.
Em dia em que houve a notícia de que Fiat Chrysler e Peugeot concluíram os trabalhos para a empresa responsável pela administração após a fusão, as ações de ambas recuaram, com queda de 2,33% na primeira e 3,19% na segunda. Em Milão, o FTSE MIB fechou em baixa de 0,52%, a 19.061,18 pontos, enquanto a CAC 40 recuou 0,23%, a 4.832,07 pontos, em Paris.
Com incertezas persistentes no setor financeiro, o PSI 20 em Lisboa teve a maior queda entre as principais bolsas, registrando 1,35%, a 4.033,26 pontos, em dia que as ações do BCP Millenium registraram baixas de 3,52%. Em Madrid, o Ibex 35 caiu 1,15%, a 6,713,60 pontos.
3 comentários
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Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC
Ricardo Barros, do PP, lider do governo na camara, fez a maior papagaiada que se possa imaginar, ao pedir um call ao mercado para entender o porquê da reação negativa. Politicos em geral não passam de nulidades que pensam poder moldar o mundo.
Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC
É amigo João Batista, ainda afirmo que os generalecos Barros, Braga Netto e o tal Jorge Oliveira são os responsáveis por essa lambança, com a conversa mole de plano marshall..., essa articulação politica que esses tres fizeram com os criminosos não vai dar certo. Não vai haver reformas que interessam ao país, no máximo reforminha que não deixam quebrar mas também não deixam avançar. Não vejo saida para o presidente, embora algumas pessoas do mercado financeiro digam que ainda há tempo. Como diria meu pai, Bolsonaro entrou numa roubada.
Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC
Boa tarde Alessandra, vou passar um video para voce com uma explicação do que aconteceu com o mercado ontem...https://www.youtube.com/watch?v=EHLAF01QiiE&feature=youtu.be