Dólar deve seguir em queda no curto e médio prazos; fundamentos sinalizam retomada das altas e possíveis R$ 5,90 no fim de 2020

Publicado em 04/06/2020 13:35 e atualizado em 04/06/2020 17:08
André Perfeito - Economista Chefe - Necton
Excesso de dinheiro no mercado, atuação do BC, continuidade da baixa dos juros e ambiente político melhor no Brasil dão espaço para uma valorização do real. No entanto, mercado - incluindo o cenário global e os efeitos do coronavírus - ainda conta com mais notícias ruins do que boas, o que pode alimentar novos momentos de alta.

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Entrevista com André Perfeito - Economista Chefe - Necton sobre o Dólar

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O dólar já acumula uma queda considerável nas últimas semanas e chama a atenção do mercado que vinha trabalhando com expectativas de patamares até superiores aos R$ 6,00. No entanto, nesta quinta-feira (4) já é possível ver a moeda americana ser cotada a R$ 5,10 e, como explica o economista chefe da Necton, André Perfeito, a tendência é de que no curto e médio prazos o recuo continue diante de uma conjunção de fatores neste momento. 

Segundo o especialista, há uma sobre oferta da moeda norte-americana neste momento, com uma emissão forte de dólares agora, aumentando a liquidez no mundo todo. Mais do que isso, a expectativa de que as já baixas taxas de juros, inclusive no Brasil, continuarão favorecendo esta trajetória.

Internamente, o ambiente político, embora com alguns momentos mais inflamados, se mostra um pouco mais tranquilo, principalmente com as especulações sobre uma possível saída do presidente Jair Bolsonaro - intensas na saída de Sérgio Moro do Ministério da Justiça - já dissipadas. 

No entanto, Perfeito explica que "no médio e longo prazos, a realidade vai se impor mais uma vez e veremos que não está tão bom quanto se pensava e essa é agora minha expectativa sobre a moeda norte-americana, então ela pode estar em torno de R$ 5,90 no final do ano". 

O economista destaca ainda a atuação dos governos para reabrir algumas atividades, o que poderia agravar a situação da contaminação pela Covid-19, o número de casos confirmados e de mortes, podendo causar um momento de ainda mais apreensão e incerteza. 

"No curto prazo, o real vai ganhar força e o real vai perder. Mas, se eu estiver certo sobre os pontos que eu levantei, o conjunto de tensionamento vai continuar, os juros vão continuar caindo no Brasil o que torna menos atrativo para o real, e isso acaba gerando uma leitura de câmbio mais alto no final do ano, isso sem contar algumas trovoadas", conclui. 

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Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas

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