"É preciso um plano para tirar os brasileiros do isolamento e do caos" (e evitar os saques)
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E se Bolsonaro estiver certo? - Entrevista com Antônio Fernando Pinheiro Pedro - Advogado e Vice-Presidente da Associação Paulis
DownloadO dilema está posto: o Brasil continuará adotando o isolamento total, mantendo a população em suas casas, sem produzir, e, hipoteticamente, impedindo a progressão do contágio do coronavírus, mas caminhando para o cáos economico e social; ou muda de abordagem, permitindo a circulação das pessoas, e só mantendo em isolamento os grupos de risco, e permitindo a retomada da economia.
Esse debate está presente em todas as famílias, e também no comando da Nação (no dia de hoje o presidente Bolsonaro entrou confronto com governadores em defesa da mudança de abordagem) e foi tema da análise do jornalista Fernando PInhero Pedro em conversa com João Batista Olivi, do Notícias Agrícolas.
Pinherio Pedro fez um alerta: por enquanto só existe muito debate, muita conversa, mas nada mudou desde então; ou seja, o que está vigorando são as leis atuais, que determinam o isolamento total (denominado de isolamento horizontal). Já o isolamento vertical (que permite a circulação de pessoas, isolando os grupos de risco), depende de novas leis.
Pinheiro Pedro diz que é urgente o Governo montar um grupo de trabalho formado por especialistas, onde se tentaria unir os dois objetivos: preservar a saúde da população, principalmente a dos mais idosos, liberarando a força de trabalho do País, propiciando a retomada da economia.
-- "Sem isso, alertou, cairemos no caminho do cáos, pois existem 38 milhões de trabalhadores autonomos, que estão sem renda, com a familia passando necessidade. Para que isso se desencadeie em disturbios, provocados por agitadores, é passo. E a ordem institucional terá de ser preservada, com o aparecimento das Forças Armadas. Temos de evitar esse passo perigoso".
Pinheiro Pedro, por fim, disse que o contencioso com os governadores não ajuda a ninguém, nem mesmo o proprio presidente da República, que poderá ter de enfrentar uma ameaça ao seu governo, incluindo aí o impeachment.
-- "Algo tem de ser feito, com urgencia", disse o vice-presidente do Associação Paulista de Imprensa nesse comentário ao Notícias Agrícolas. (veja acima).
SAIBA MAIS:
Mandetta endossa Bolsonaro e diz que quarentenas por coronavírus foram precipitadas
BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, endossou nesta quarta-feira as críticas feitas pelo presidente Jair Bolsonaro às medidas de restrição de circulação de pessoas adotadas por governadores para combater o coronavírus, afirmando que quarentenas foram decididas de forma precipitada.
"Tem que arrumar esse negócio de quarentena, foi desarrumado, foi cedo, foi precipitado", disse Mandetta em entrevista coletiva. "Ficou uma sensação de 'entramos, e agora como sai dela?'"
O ministro disse que os governadores que adotaram medidas mais rigorosas de restrição de locomoção terão que se "reposicionar" rapidamente.
No entanto, num aceno aos governadores, defendeu que é preciso construir juntos uma saída coordenada que envolva governadores, prefeitos e o governo federal.
"A saúde não é uma ilha, não vamos tratar isoladamente, não existe apenas o coronavírus", disse.
Para o ministro, houve governos que tomaram decisões "muito assimétricas".
Mandetta disse que haverá momentos para se eventualmente decretar medidas mais drásticas de isolamento social, destacando, no entanto, que essas decisões têm de ser calibradas.
Na terça-feira, o Estado de São Paulo --o mais populosos do país-- decretou quarentena, e o Rio de Janeiro também tomou medidas rígidas de restrição de locomoção. Outras unidades da federação também adotaram providências semelhantes.
Mandetta afirmou que a adoção de uma quarentena sem prazo pode terminar virando uma "parede para as pessoas".
ECONOMIA
O ministro também mencionou a fala do presidente no pronunciamento feito na véspera em cadeia nacional de rádio e TV, dizendo que as questões econômicas são "importantíssimas". "Nós da saúde não podemos ser insensíveis", disse.
Mandetta afirmou que a paralisação de atividades têm de ser feita de forma organizada e que propôs aos governadores que apresentem sugestões para se definir uma proposta nacional.
Avaliou que esse processo tem de levar em conta o boletim epidemiológico da localidade e ver quais atividades econômicas são consideradas essenciais e, por isso, podem continuar funcionando.
"A situação do Ceará é totalmente diferente de Goiás", exemplificou. Embora sejamos Brasil, o Brasil tem vários brasis", completou.
Mandetta também assegurou que não vai sair do governo e que a equipe está focada em fazer um trabalho técnico.
"Saio daqui na hora que o presidente achar que não devo mais trabalhar", disse, acrescentando que isso também pode ocorrer num momento em que esse período de turbulência passar e não for "mais útil" na equipe do governo.
O ministro admitiu que o ministério está estudando uma sugestão feita por Bolsonaro de adotar o chamado "isolamento vertical", que abrangeria apenas pessoas que se encontram no grupo de risco, como idosos e portadores de doenças crônicas.
A medida é diferente ao que tem sido adotada por entes regionais, que é o isolamento horizontal, que abrange praticamente toda a população indistintamente.
Mandetta frisou ainda que os casos de coronavírus --que nesta quinta-feira chegaram 2.433 no país, com 57 mortos-- está dentro das projeções da pasta.
Mourão defende isolamento para posterior avaliação de avanço do coronavírus no país
BRASÍLIA (Reuters) - O vice-presidente da República, general da reserva Hamilton Mourão, defendeu nesta quarta-feira que seja feita uma avaliação do avanço do novo coronavírus ao final do período de isolamento, para então promover uma retomada gradativa de atividades.
A declaração do vice-presidente difere de tom adotado pelo presidente Jair Bolsonaro, que na véspera minimizou a pandemia em cadeia nacional de rádio e televisão, classificou o Covid-19 de "gripezinha" e "resfriadinho" e criticou governadores e prefeitos que adotaram medidas de restrição à circulação de pessoas. Mourão sustenta, no entanto, que o governo tem uma posição unificada.
"Existe uma discussão no mundo entre o isolamento horizontal e o isolamento vertical, que são pessoas que pertencem ao grupo de risco e as que têm convívio com elas", disse o vice-presidente.
"A minha visão por enquanto é que temos que terminar esse período que estamos em isolamento para que haja calibragem da forma como está avançando a epidemia no país e, a partir daí, se possa gradativamente ir liberando as pessoas dentro de atividades essenciais", avaliou Mourão em entrevista nesta quarta-feira.
Para o vice-presidente, a posição do governo "é uma só, isolamento e distanciamento social".
"Pode ser que ele (Bolsonaro) tenha se expressado de uma forma, digamos assim, que não foi a melhor, mas o que ele buscou colocar é a preocupação que todos nós temos com a segunda onda como se chama nesta questão do coronavírus", disse Mourão.
"Nós temos uma primeira onda, que é a saúde, e temos uma segunda onda, que é a questão econômica", explicou, admitindo que o governo discute a forma de isolamento.
"Ele (Bolsonaro) tem essa preocupação enorme com o verdadeiro desmantelamento da economia e em consequência das pessoas que vivem nas áreas mais pobres do nosso país da noite para o dia", argumentou o vice-presidente.
Para Mourão, "essa foi a preocupação principal dele".
"E isso foi discutido com os nossos governadores, foi discutido com o presidente em reunião com os ministros pela manhã, mas a posição do governo continua a ser aquela que está preconizada: estamos mantendo o isolamento e o distanciamento social."
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, endossou nesta quarta-feira as críticas feitas por Bolsonaro às medidas de restrição adotadas por governadores, afirmando que as decisões foram tomadas de forma precipitada.
Mandetta admitiu que o ministério estuda sugestão de Bolsonaro de adotar o chamado "isolamento vertical", que abrangeria apenas pessoas consideradas do grupo de risco, como idosos e portadores de doenças crônicas.
CNA quer mais prazo para empréstimos rurais e alerta para desafios do coronavírus
SÃO PAULO (Reuters) - A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) avalia que medidas para combater o coronavírus, como o isolamento social e o fechamento de bares e restaurantes, têm impactado severamente produtores de bens perecíveis, como hortaliças, frutas, pecuária leiteira e flores, e enviou nesta quarta-feira ao governo solicitação para prorrogação de parcelas de financiamentos.
"O objetivo das medidas (pedidas pela entidade) é dar um fôlego para o pessoal conseguir se manter na atividade, eles terão queda de receita e os custos continuarão elevados", disse o superintendente técnico da CNA, Bruno Lucchi, à Reuters.
Segundo ele, a entidade, uma das principais do agronegócio, enviou ofício aos ministérios da Agricultura e da Economia com as reivindicações, que incluem a prorrogação automática de parcelas, o que evitaria que produtores pequenos e médios tenham que ir aos bancos.
A confederação pede a prorrogação de parcelas de financiamentos vencidas e vincendas em 2020, além de adiamentos dos contratos de custeio por seis meses, sem incidência de juros e correção monetária. Quer ainda a suspensão da necessidade de produtores registrarem em cartórios operações de crédito, para que eles não tenham de se deslocar até as cidades.
A entidade não detalhou o montante total das parcelas que poderiam ser prorrogadas.
Mas as prorrogações seriam automáticas para produtores cuja soma de contratos totalizem 1,5 milhão de reais, e as medidas não deveriam comprometer os limites de crédito para a safra 2020/21.
A CNA ainda quer prorrogação do prazo para entrega do imposto de renda para a atividade rural, entre outros pedidos tributários.
DESAFIOS
O superintendente técnico da CNA disse que produtores de grãos, cujos preços estão historicamente elevados --a categoria trabalha com produtos que podem ser armazenados por mais tempo-- têm outro problemas, como a contratação de transporte e manutenção de equipamentos, uma vez que muitas lojas de autopeças fecharam em função da medidas contra a doença.
Ele comentou ainda que entidade conversa com governos locais para evitar problemas operacionais ao produtor, além de eventual falta de mão de obra para colheitas.
"Os problemas deles são outros-- produtores de grãos, café, açúcar, o problema é escoar a produção. No caso de grãos, está tendo dificuldades, tem algumas barreiras para a contratação de transporte", disse.
"Peças, as lojas de autopeças estão fechadas... no caso de café e cana, tem a questão do transporte dos trabalhadores", disse ele, lembrando que a colheita de cana já começou e a de café terá início brevemente.
"Temos conversado com prefeituras para reduzir a densidade nos ônibus e para não proibir o transporte, alguns estão colocando ônibus extras, ampliando refeitórios e dormitórios, mas precisamos ter diálogo com autoridades municipais, principalmente para que a gente consiga dar fluidez para a colheita."
China tenta ajudar granjeiros, estrangulados pelo isolamento do coronavírus
PEQUIM (Reuters) - A China afirmou nesta quarta-feira que encoraja governos locais a estocar temporariamente produtos de aves e aquicultura, em uma tentativa de apoiar os setores agrícolas após cortes de produção e oferta sem precedentes em meio à crise do coronavírus.
O país asiático aumentará o apoio fiscal e tributário aos produtores de aves e ao setor de aquicultura para ajudá-los a sobreviver aos impactos das medidas de contenção ao coronavírus, de acordo com comunidado conjunto divulgado pelos ministérios de Planejamento e Agricultura da China.
Isolamentos impostos a pessoas e produtos para conter a epidemia afetaram logísticas e a própria produção no setor agrícola chinês, ameaçando a produção de carnes justamente em um momento em que o país mais populoso do mundo enfrenta uma enorme escassez de carne suína.
Postos veem queda de 50% nas vendas e temem "quebradeira geral", diz Fecombustíveis
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Fecombustíveis, federação que representa postos de combustíveis no Brasil, já teme uma "quebradeira geral" diante de uma queda média já registrada de 50% na demanda em seus pontos de venda em cidades com mais de 300 mil habitantes, em meio ao combate do novo coronavírus, afirmou à Reuters o presidente da entidade Paulo Miranda.
A redução nas vendas ocorre como consequência de medidas adotadas por autoridades e sociedade de restrição de deslocamento para combater a expansão do novo coronavírus pelo Brasil.
Diante do cenário, a Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes (Fecombustíveis) já enviou ao governo federal ofícios requerendo alguns auxílios, dentre eles a suspensão da cobrança de impostos federais dos postos até que o mercado volte ao normal.
A ideia, segundo Miranda, seria que os impostos eventualmente suspensos --dentre eles Pis/Cofins-- fossem pagos posteriormente com juros.
"Nós estamos informando isso para o governo: se não houver uma ajuda por parte do governo, pelo menos na questão dos impostos, com certeza terá uma quebradeira geral", disse Miranda.
"Muitos postos não vão conseguir... Se o cara não conseguir pagar as contas dele, de repente ele consegue isso um, dois ou três meses, depois ele não aguenta mais e fecha."
A Fecombustíveis, que representa cerca de 42 mil postos revendedores de combustíveis que atuam em todo o território nacional, pediu ainda ao governo medidas que reduzam os encargos trabalhistas e garantias de que a distribuição de combustíveis não seja impedida por questões logísticas em rodovias do país.
Miranda defendeu ainda suspensão de contratos de trabalho com compensações pagas aos funcionários. Segundo ele, a mão de obra nos postos --onde é obrigatória a contratação de frentistas-- representa cerca de 40% do custo operacional.
Alguns pedidos feitos pelo setor de combustíveis foram atendidos recentemente pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que flexibilizou o horário obrigatório de abertura dos postos e também reduziu a necessidade de estoques de distribuidoras.
PREÇOS DE COMBUSTÍVEIS
Miranda também comentou uma cobrança feita nesta quarta-feira pela Petrobras, que afirmou esperar que cortes praticados por ela nos preços da gasolina vendida aos distribuidores, que já acumulam queda de 40% neste ano, cheguem aos consumidores finais, nos postos de combustíveis.
A declaração da Petrobras, enviada à imprensa, foi feita em momento em que os postos praticamente não refletiram as reduções aplicadas pela estatal, maior fornecedora de combustível às distribuidoras e postos.
Segundo pesquisa da agência reguladora ANP, até a última sexta-feira a gasolina havia tido queda de somente 1,6% no acumulado do ano, na média Brasil.
O presidente da Fecombustíveis afirmou desconhecer a metodologia da pesquisa da ANP e afirmou que a concorrência é grande no varejo e que as quedas praticadas em refinarias demoram, em média, de 10 a 15 dias para chegar na bomba, dependendo de diversos fatores, como consumo de estoques.
"Eu só posso baixar o preço que a Petrobras baixou hoje na hora que eu vender esse estoque que eu paguei mais caro, ou então tomo prejuízo", afirmou.
Miranda frisou ainda que, na região onde ele tem uma rede de postos, em Belo Horizonte, houve uma queda de 10% dos preços apenas em março.
Ele ponderou que, com uma queda de 50% nas vendas, pode ser que algum elo da cadeia opte por reter um pouco de margem, já que o custo operacional será o mesmo, com uma receita bem inferior.
1 comentário
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Luis Barz
Lockdown na India de 1.3 Bilhões de pessoas...lá a pobreza é muito pior que no Brasil. Lockdown na Africa do Sul, em todo o país.
Israel está em lockdown lá também - Israel moves toward tighter lockdown as number of infected climbs to 1,238 .. ou seja... já estão mudando a percepção. Nosso governo, junto com os grandes empresários e grandes fortunas devem criar uma estrutura para passarmos por esta fase...preservar vidas é o que importa... não tem inanição se tivermos planos de suporte, ajuda e planejamento com ação imediata...o que não esta sendo feito .... Por favor. todos sabemos dos fundos que estão pressionando para que retorne a economia, juntamente com empresários que querem o lucro e resultados, mas não vi nenhum deles fazer o que alguns grandes grupos americanos...garantido suporte a todos os funcionários e ajudando a todos ao seu redor e nas suas cidades... ou nos unimos agora para vencermos ou o distanciamento social aumentará e causará problemas maiores. Ao invés de discutir, tinha que apresentar planos... o que fazer, como, quem e não ficar discutindo quem fez provocação ou não.