O Agronegócio e a economia liberal do governo Bolsonaro
O economista da FARSUL, Antônio da Luz, participou do especial de final de ano do Notícias Agrícolas para falar sobre a economia liberal, que deve entrar em prática no país com a posse do presidente eleito Jair Bolsonaro.
Este, como ele aponta, é um conceito novo para o país e há muita gente sem saber como isso deve interferir nas relações, especialmente no agronegócio.
Luz esteve no dia 18 de dezembro em Brasília e teve a possibilidade de conversar com alguns membros da equipe econômica de Bolsonaro e constatou que essa economia será colocada em prática no país e que ele, como economista liberal, fica feliz com isso.
O economista defende esse modelo pois acredita que países que trabalham dessa forma, como Estados Unidos, Inglaterra e Hong Kong, são potências econômicas.
Para ele, o liberalismo conta com o estado dando regras para o indivíduo e não para o coletivo. Mas com a liberdade, também deve vir a responsabilidade. O indivíduo passa a ser mais autônomo e deve assumir suas decisões.
Quanto ao agronegócio, ele afirma que a economia liberal não significa o fim dos subsídios, mas que ao invés de o estado criar subsídios específicos, deve criar para todos - e não para aquilo que ele acredita ser estratégico.
Acompanhe a entrevista completa no vídeo acima
2 comentários
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Carlos Massayuki Sekine Ubiratã - PR
Winston Churchill dizia que a democracia é o pior sistema de governo que existe, exceto todos os outros. Se durante boa parte do século 20 o mundo estava polarizado entre as democracias liberais e os estados totalitários, representados pelo comunismo, fascismo, nazismo e outros "ismos", no século 21 a dupla democracia/liberalismo despontou como o sistema predominante... Mas se no campo econômico o liberalismo se sobressaiu por suas virtudes, também mostrou que não é perfeita e que tem os seus defeitos, sobretudo na crise do final da década passada. Como foi dito na reportagem, liberdade pressupõe responsabilidade... E liberdade pressupõe correr riscos... Se o Agro quiser mais liberdade, também terá que estar preparado para menos segurança e menos subsídios no que tange a seguros, juros, preços mínimos, etc... Com o tempo, espera-se que os juros de mercado, os impostos e a burocracia se reduzam, equilibrando o jogo, mas, enquanto isso não acontece, teremos que arcar com as conseqüências... Esse é o custo da liberdade... Enfim, pegando emprestadas as palavras do grande Winston Churchill, poderíamos dizer que: "o livre mercado é o pior sistema econômico que existe, exceto todos os outros"...
PARABÉNS !!! ... Sr. Carlos, seu comentário é "a cereja do bolo" .... dos comentários do FALA PRODUTOR...
felipe morelli da silva juiz de fora - MG
O liberalismo pressupõe livre mercado, sem intervenção do governo, e que os produtores concorram em igualdade de condições..., do contrario existirá um estado interventor, que subsidiaria produções ineficientes, como a produção de álcool a partir de milho nos EUA, ao invés de gerar bens públicos de qualidade... A taxa de juros subsidiada ao produtor rural vai contra o liberalismo e seu pressuposto de igualdade entre os indivíduos..., ao contrário, deveria ser promovida a redução de juros e impostos na economia em geral.
Na verdade não acho que tenha um subsidio no custeio rural, pois esta taxa está acima da inflação e semelhante à taxa Selic. O que acontece no Brasil é que todas as outras taxas estão fora da realidade..., não tem como um CDC custar acima de 20% ao ano, um financiamento de casa popular custar próximos dos 10% ao ano, um cheque especial custar mais de 100% ao mes, etc
As engrenagens estão todas alinhadas pra gerar muita rentabilidade pras instituições financeira, não é à toa que uma boa aplicação te dê um retorno de 6% ao ano e qualquer empréstimo que vc faz, você irá pagar no mínimo uns 20% ao ano.
Com relação ao custeio rural, a taxa de juros pode estar a 6,5% ao ano, porém pode acrescentar de 10 - 20% de seguro obrigatório, mais 1 - 2 % de projeto e mais 0,2 - 0,3 % de despesas de cartório. Com todas estas pegadinhas temos um juros subsidiados de 18 a 28%. Que baita subsidio é este !!!.....
Vai ser muito difícil o Bolsonaro implantar a "Economia Liberal". Nossa Constituição (que já foi chamada de Constituição da Ingovernabilidade pelo Sarney, logo depois que ele a promulgou), garante o sistema econômico socialista de privilégios, onde a sociedade, como um todo, custeia os privilégios do funcionalismo público, garantindo a isenção de impostos para os estados do norte/ nordeste, e também para vários outros segmentos. O pior é que agora não é a sociedade como um todo quem vai subsidiar o custo dos caminhoneiros, mas sim o segmento dos produtores rurais, através da tabela de fretes. Se a lei é igual para todos, vamos também fazer uma tabela de preços que nos convém, para os produtos agropecuários, e viva o anarquismo e a ideologia bolivariana. O que não deveria ocorrer. Pois até na bíblia Jesus defende a Economia Liberal, dizendo na " Parábola dos Talentos " -- Que quem não tem competência não se estabelece... Bolsonaro só terá sucesso se interpretar a constituição de maneira diferente, do que pensa os poderes legislativo e judiciário, que, na prática, são quem manda no Brasil.
Concordo que as engrenagens não estão bem ajustadas e que o setor financeiro possa ter capturado o estado brasileiro, no entanto, o subsídio existe e é de 153,7 bilhões de reais para a safra 2018/19, isso apenas para financiamento a juros "controlados", o que está bem explicado no plano safra desse ano.
A Selic é um instrumento do governo para fazer politica monetária e não necessariamente irá representar os juros médios da economia , basta observar a taxa de juros de 22% para financiamento de veículo (que também tem despesa com cartório, etc) ou a taxa de 25% para consignado. Se para alguns produtores a taxa de juros é próxima à Selic isso só é possível porque tem intervenção do governo (nenhum banco iria emprestar a uma taxa de 6% se esse dinheiro não tivesse vindo do governo/contribuintes).
Em resumo: se o governo é liberal não tem subsídio, em contrapartida terá redução dos juros na economia como um todo (isso se tudo der certo).
Felipe, vá ao banco e pegue um custeio rural que tenha sido um juro de 6.5%, sem a obrigação de contratar um seguro rural, fazer um seguro de vida e um cap. Se conseguir me avise qual banco que faz isso. E tem outra, não vale complementar o custeio com Recursos Próprios livres (RPL).
Eu entendo seu ponto de vista Elcio, os juros no Brasil não são baratos e existem burocracias que talvez sejam desnecessárias, como a exigência de contratos projeto e assistência técnica para ter acesso ao crédito mais barato, no entanto, é inegável que existe subsídio do governo para certos produtores rurais. Está tudo registrado nos planos safra, nas contas publicas, nos demonstrativos do BB, e etc. Negar esse fato é impossível e volto a repetir: "governo liberal não tem esse tipo de subsídios". Quanto à taxa de juros nominal de 6,5% (aplicada para construção e ampliação de armazéns), se descontada a inflação de 3,8% esperada para o período, chegamos a um valor real de 2,7% a.a.