Percepção de risco Brasil em queda facilita captação externa de recursos, traz investimentos para o país, mas pressiona câmbio
Nesta quarta-feira (15), o dólar encerra o dia na casa dos R$3,05. O movimento de valorização do real está sendo visto nos últimos meses, com uma grande entrada de moeda estrangeira no país. De acordo com Fábio Silveira, economista da Macrosetor Consultores, há alguns fatores em vista que colaboram para este volume.
Um desses fatores é o saldo comercial que o Brasil vem gerando mês após mês, o que faz com que sobre mais dólares do que o Brasil gasta, já que o país exporta muito e importa pouco. O outro é a expectativa em torno do governo em exercício, que traz uma política pró-mercado e leva os investidores internacionais a terem maior interesse pelo país.
Com isso, a percepção de risco no mercado internacional em relação às contas públicas não é grande, deixando a entender que o Brasil será capaz de resolver esses problemas. Para Silveira, este é um quadro que irá se manter nas próximas semanas e meses até meados do ano. Com isso, o Banco Central, na opinião do economista, deveria ingressar no mercado de câmbio e regular a moeda para que ela não fique tão forte. Ou seja: Silveira sugere que não seja trabalhado apenas o controle da inflação, mas também o incentivo às exportações, o que considera fundamental para recuperar uma economia em recessão.
Gráfico ilustra a expressiva queda do risco-país do Brasil
Em relação a outras moedas, o real realiza o movimento contrário. Assim, este fator pode ser capaz de diminuir ainda mais a competitividade brasileira nas exportações. Para Silveira, uma diminuição nas vendas externas também diminuiria o ritmo de crescimento e sustentação da economia.
O Risco Brasil vem caindo, no entanto, o cenário político ainda inspira preocupação. "Se for feita uma avaliação das condições políticas de maneira transparente e justa, os investidores e mercados de maneira geral vão avaliar bem o Brasil, mas o risco político sempre vai existir enquanto não houver transparência", destaca.
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