Placar de aprovação da PEC do teto dos gastos no senado será novo termômetro para medir real desgaste do governo
Nesta sexta-feira (25), o mercado financeiro encontrou duas situações políticas que causaram reações nos negócios. Pela manhã, a denúncia feita pelo ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, contra o ex-ministro da Secretaria do Governo, Geddel Vieira Lima e o presidente da República, Michel Temer, causou uma reação de alta para o dólar. À tarde, o mercado também reagiu com queda para o dólar após ao pedido de demissão de Geddel da pasta pela qual era responsável.
De acordo com o economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, a questão política das próximas semanas, como a votação da PEC 55 no Senado e a impopular medida da Anistia da Caixa 2 devem dar o rumo dos novos movimentos no ambiente interno. Ele aponta que a saída de Geddel teve até mesmo menor peso por conta dessas expectativas que vem à frente.
Se aprovada, a PEC 55 também trará um patamar de força política do Governo Federal, que pretende, no futuro, aprovar uma medida que gera alguns impasses, que é a Reforma da Previdência. Segundo Jason, a definição desta medida deve se dar apenas no final de 2018.
Ele lembra que o atual presidente da República nunca foi popular e provavelmente terminará o governo assim. A oposição já articula o impeachment de Temer após a denúncia de Calero, mas o economista lembra que não há o apoio das casas para que haja novamente um "processo traumático no país.
As perspectivas de pressão do dólar também encontram o momento da política internacional, com a eleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos. Um discurso ruim de Trump, como avalia Jason, poderia ser traduzido em uma queda global do dólar. "Mas são um número de variáveis muito grandes para tentar saber como será a perspectiva", aponta. "Até a posse, Trump precisa fazer mais alguns discursos chave".
Os discursos não devem mexer somente com a questão política americana. Algumas decisões, como a entrada ou não do país no Acordo Transpacífico (TPP), podem ou não beneficiar o Brasil indiretamente, especialmente nas relações de juros.
Ele lembra que, neste momento, "o Brasil não está tranquilo". "Estamos dependendo da questão política local e tudo aquilo que ainda não pode ser medido", diz.
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