Preços do petróleo recuam novamente e já acumulam perda de 12% em 2016
Os preços do petróleo voltaram a recuar 6% no fechamento desta quarta-feira (06), ficando abaixo dos US$ 35 por barril pela primeira vez desde 2004, após o anúncio de aumento acentuado nos estoques de gasolina dos Estados Unidos.
Somente no acumulado desde ano (quatro dias úteis) os negócios com o petróleo na Bolsa de Nova York tiveram o pior início de ano da história com queda de 12%. Segundo o economista, Roberto Troster, para o Brasil "essa queda mostra sinais ambíguos, por um lado a balança comercial é favorecida, em contapartida o setor agrícola, especialmente o bioenergia é negativo, porque o setor de etanol acaba perdendo renda", explica.
Para os países exportadores e, que tem sua economia baseada na commodity, esse cenário é ainda mais preocupante, e também pode refletir no poder de compra desses países. Ainda assim, o economista ressalta que esse contexto gera uma transferência de riqueza, inviabilizando algumas operações e gerando oportunidade à outras.
Neste sentindo, Troster afirma que o menor gasto dos países importadores com o petróleo possibilitará o deslocamento desse saldo a compra de produtos agrícolas, beneficiando também o Brasil.
O economista lembra também que a queda no preço do petróleo pode influir também sobre os custos de produção, no entanto isso irá depender também da volatilidade do câmbio. Para os preços internos do combustível, na teoria essas quedas deveriam pressionar os valores, porém com a crise na Petrobrás será mais difícil a estatal conseguir repassar a redução.
Dólar
Para a taxa de câmbio as perspectivas são de continuidade no movimento de alta, sendo influenciado pelos problemas políticos do país. Segundo Troster, dependendo do cenário que se desenhar nos próximos meses poderemos ver o dólar chegar a R$ 5,00 neste ano.
"As incertezas políticas e esse jogo entre senado, câmara, governo e partidos políticos, tudo dependerá de como irá continuar combate. Se continuar como no ano passado o dólar é para cima, agora se conseguirmos mudar a política econômica a expectativa é melhor", explica Troster.
Para haver estabilidade na balança comercial a taxa de câmbio mais próxima do ideal seria na faixa dos R$ 3,80, considera o economista.
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