Rebaixamento não tira selo de bom pagador mas piora situação do Brasil. Disparada do dólar pode ser contida por decisão sobre juros nos EUA
Mais uma agência de classificação de risco rebaixou a nota de investimento do Brasil. A Fitch rebaixou nesta quinta-feira (15) de "BBB" para "BBB-" a nota de crédito do país.
Ainda assim, a instituição manteve o selo internacional de bom pagador, mas alertando que o país pode em breve perder essa chancela diante do cenário econômico e político conturbado. "A avaliação negativa abre espaço para que, antes do prazo regimental das agências que geralmente é de seis meses a um ano, possa haver correção da nota caso ocorra uma deterioração da economia", explica o economista chefe da Inifinity Asset, Jason Vieira.
Segundo ele, com a perda do grau de investimento o acesso ao crédito se torna mais caro e, uma parcela dos investidos acabam obrigados - por uma questão regimental - a retirar o capital investido no país.
A tendência é que com o rebaixamento o dólar ganhe força frente ao real, porém Vieira explica que a influencia da decisão do FED (Federal Reserve) em elevar a taxa de juros nos Estados Unidos terá um peso maior sobre a cotação da moeda neste momento.
Recentemente economista da agência Standard & Poors declarou que a intervenção do Banco Central para conter a alta do dólar é 'insustentável' e que o país só encontraria um equilíbrio econômico quando a moeda chegasse à marca dos R$ 5,00. Para Vieira esse patamar não deve ser alcançado, mas "o cenário atual, pode fazer o dólar voltar a testar os R$ 4,50 com relativa tranquilidade", declara.
Voltado ao agronegócio, à valorização da moeda norte americana influencia nos custos de produção e reduz a margem dos produtores, por isso o economista alerta que é preciso evitar custos dolarizados neste momento.
Do lado dos exportadores essa alta deixa o mercado brasileiro mais competitivo no exterior e favorece o escoamento da produção através da demanda internacional. Contudo, é importante ressaltar que o país ainda esbarra em questões sanitárias para abrir mercados no exterior.
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