Volatilidade intensa preocupa mais do que preços baixos no mercado do petróleo, diz especialista
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Entrevista com Flávio Gualter Inácio Inocêncio - Prof. de Direito de Petróleo e Gás da Uni. Nova de Lisboa sobre o Petróleo
DownloadOs preços do petróleo registraram intensa volatilidade durante esta semana e, segundo o professor de Direito de Petróleo e Gás da Universidade Nova de Lisboa, Flávio Gualter, este é o principal problema e ponto de atenção do mercado petrolífero. A pandemia do novo coronavírus criou um cenário atípico para o andamento das cotações, provocou um baixa drástica da demanda, alé de ter afetado duramente a oferta em importantes países produtores.
"Em março, no pico da pandemia, a demanda caiu de 100 milhões para 70 barris por dia", explica Gualter em uma entrevista ao Notícias Agrícolas nesta sexta-feira (11). "Houve uma recuperação, mas existe uma demanda ainda bastante fraca e ainda não está nos níveis pré-Covid 19 e está relacionada, em partes, relacionada ao setor dos transportes que ainda está em uma situação bastante frágil", complementa.
Tanto oferta, quanto consumo irão consolidar suas recuperações - que serão graduais - dependem de como será a retomada da economia mundial e de que forma isso impactará nas estratégias dos países produtores e no comportamento dos consumidores. O professor citad ainda os impactos que podem ter as eleições presidenciais norte-americanas também no andamento dos preços do petróleo com a continuidade de uma gestão Donald Trump - que é pró-petróleo - ou da possibilidade da vitória de Joe Biden - que quer apostar mais em energias renováveis.
"Todos os economistas prevêem que haja uma aceleração econômica para 2021 e assim prevejo que também será um ano positivo para o petróleo. Agora, não teremos os preços máximos que tivemos pré COVID, de US$ 70 a US$ 80,00 por barril, creio que isso esteja afastado", explica Gualter, que acredita ainda que os valores poderiam ficar entre US$ 40,00 e US$ 50,00 no máximo. Tais patamares poderiam ser alcançados na primeira metade do próximo ano, ou até mesmo no primeiro trimestre.
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