Atraso no plantio e falta de chuvas já prejudicam desenvolvimento do milho safrinha
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Atraso no plantio e falta de chuvas já prejudicam desenvolvimento do milho safrinha
DownloadGeosys aponta que 43,5% das áreas de milho safrinha no Mato Grosso ocorreram fora da janela ideal de plantio
No Paraná, 58,6% da semeadura também aconteceu na segunda quinzena de março, e com um dos menores índices de umidade do solo dos últimos 30 anos
Levantamento realizado pela Geosys Brasil, empresa que desenvolve soluções para agricultura a partir de dados de imagens de satélite e modelos meteorológicos, mostra que, no Mato Grosso, 43,5% das áreas de milho safrinha foram semeadas em março, sendo que a semeadura de 38,7% ocorreu na segunda quinzena de março, ou seja, fora do período recomendado para o plantio. No Estado, até o fim de fevereiro - quando se encerra a janela ideal de plantio - 56,5% tinham sido semeadas, aponta a Geosys, contra 92% na comparação com dados da Conab do mesmo período da safra passada. Mesmo com o atraso, o desenvolvimento das lavouras tem ocorrido de maneira satisfatória nas regiões avaliadas.
A empresa realizou uma análise de diversas áreas distribuídas em seis estados produtores de milho (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Paraná) no final de março, com objetivo de verificar a situação das lavouras de segunda safra e antecipar possíveis complicações. Goiás e Mato Grosso do Sul também atrasaram o plantio do milho safrinha, sendo que 31,1% e 68,4% das lavouras, respectivamente, foram semeadas em março.
Já no Paraná, 58,6% do plantio da área do milho safrinha ocorreu na segunda quinzena de março. Os registros da Geosys Brasil mostraram que até fevereiro, no Paraná, apenas 38% das áreas analisadas haviam sido semeadas. Para comparação, no mesmo período do ano anterior, segundo a Conab, cerca de 61% da área estava plantada.
Além do atraso no plantio da safrinha, outro ponto que preocupa no Paraná são as condições das lavouras no início da safra. O índice de vegetação está no menor patamar dos últimos anos, o que indica que as lavouras estão em condições insatisfatórias, pelo menos por enquanto. A umidade do solo está em nível abaixo do registrado na safra de 2020, ano em que a produtividade foi 12% abaixo da tendência. Na safra atual, a umidade do solo é a menor registrada dos últimos 30 anos, e essa situação tem colaborado com o resultado desfavorável até o momento. Por meio da análise dos dados, verificou-se que, em 73,2% das áreas, o plantio do milho nesta safra ocorreu com a umidade do solo abaixo da média.
Juntos, Mato Grosso e Paraná, representam 61% da produção nacional de milho safrinha, e a estimativa de produção da Geosys é de 48,72 milhões de toneladas para a safra 2020/2021. Com o plantio tardio do milho na safra 2020/2021, as lavouras estarão mais expostas às condições climáticas menos favoráveis, como menor radiação solar, menor precipitação e maior possibilidade de geadas.
Até o fim de março, a Geosys verificou ainda que no Mato Grosso do Sul, os dados mostram que, em 65% das áreas analisadas, a emergência não havia sido detectada. Na média de todas as áreas analisadas nos seis estados, em 43,9% a emergência não havia sido detectada até o fim do último mês.
A germinação e emergência do milho podem atrasar caso a temperatura e a umidade do solo sejam baixas e a previsão é de que ambos os indicadores continuem abaixo da média pelo menos até meados da segunda quinzena de abril (figura1). Apenas no Mato Grosso do Sul e Oeste do Paraná, as temperaturas devem ficar acima da média, porém a umidade do solo deve permanecer em baixo patamar, segundo o analista da Geosys, Felippe Reis.
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