Queda nas cotações do milho em Chicago deve permanecer nos próximos dias e pode ter influência no mercado brasileiro
As cotações do milho na Bolsa de Chicago (CBOT) registraram queda de 6%, a maior dos últimos três anos, no fechamento do mercado nesta segunda-feira (12) após o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) revisar para cima as expectativas de produção e produtividade da atual safra americana do cereal, enquanto os analistas esperavam uma diminuição nestes índices.
Para repercutir essas movimentações, o Notícias Agrícolas conversou com o analista de mercado da Germinar Corretora, Roberto Carlos Rafael, que destacou essa diferença entre a expectativa do mercado e a realidade apresentada pelo USDA em seu relatório.
“Houve um cenário esperado pelo mercado desde o mês de julho de que o USDA faria uma correção nos dados. O mercado falou muito que haveria essa correção no relatório de agosto, era uma pauta diária desde quando saiu o relatório de julho, mas ele frustrou essa expectativa com o USDA carimbando quase 20 milhões de toneladas a mais do que o esperado”, explica Rafael.
O analista comenta que nunca houve uma desconfiança tão grande com relação aos números apresentados pelo USDA, mas que a manutenção dos índices oficiais apontam que esta é a realidade da safra americana, e que o governo dos Estados Unidos não teria nenhum interesse em superestimar a produção do país e derrubar os preços, principalmente em meio as disputas comerciais com a China.
Diante deste novo cenário, a expectativa do analista é de que os preços do milho em Chicago permaneçam próximos dos US$ 3,60 por bushel, podendo chegar até em US$ 3,50 no ‘fundo do poço’, a não ser que haja alguma surpresa no desenvolvimento da safra daqui para frente, com as atenções voltadas ao clima no Cinturão do Milho pelos próximos 30 dias e no próximo relatório de setembro.
Brasil
Como reflexo dessas movimentações, o Brasil, que terá grande produção de milho nesta safrinha e expectativa de estoques de passagem confortáveis, deve ter os preços cedendo para os produtores brasileiros.
“O grande formador de preços é a exportação e esses preços já caíram ontem. Se falava de algo em torno de R$ 40,00 antes do relatório e já veio para R$ 38,50 e isso vai refletir para o mercado interno também. O cenário é de queda em Chicago e a safrinha praticamente liquidada com ofertas maiores. A queda de preço vai preocupar o produtor e ele tem que pensar em fazer médias, mas infelizmente o cenário agora é baixista”, afirma Rafael.
Confira a entrevista completa com o analista de mercado no vídeo.
1 comentário
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Petter Zanotti Assis - SP
O analista só esqueceu de comentar que quase 10 milhões de acres são de milho para silagem, autorizado para aqueles que aderiram ao prevent plant... Ou seja, manipulam os preços de forma que a realidade só seja desvendada após a comercialização da safra sul-americana... Quem viver verá!
Se pela reportagem direta dos campos americanos, o próprio agricultor americano não acredita no USDA, nós vamos??? É muita porcaria para engolir.
Entao... é o mesmo que acreditar nas informacoes da CONAB...
É incrível a cara de pau de quem manda no mercado de milho no Brasil ... sabendo da realidade da safra americana, derrubam o preço aqui sem cerimônia nenhuma ... por isso vale a recomendação: se unam em condomínio de silo ... pelo menos vc mandaria um pouco no fruto do seu trabalho.