Em SC, plantio 2018/19 caminha bem, mas estado ainda vai produzir bem menos milho do que necessita

Publicado em 30/10/2018 11:06
Enori Barbieri - Vice Presidente da FAESC
Produtores catarinenses ampliaram em 5% sua área destinada ao cereal nesta safra de verão, porém, produção ainda é menos da metade do necessário para atender demanda da agroindústria. Preços também preocupam no estado, uma vez que os produtores não conseguiram aproveitar os melhores preços do ano.

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Enori Barbieri - Vice Presidente da FAESC - SC terá produtividade recorde de milho

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Apesar do excesso de chuvas, a safra verão do milho está dentro da normalidade no estado de Santa Catarina. Com a crise no setor agroindustrial, os preços do cereal estão recuando em função da falta de demanda.

De acordo com o vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado de Santa Catarina (FAESC), Enori Barbieri, a comercialização lenta acabou desestimulando os produtores a investirem na cultura do milho. “Sem contar que não tem um interesse das agroindústrias já que quando compram o cereal de outros estados e se beneficiam com créditos na ordem de 20%”, destaca.

O excesso de precipitações acabou atrapalhando o período do plantio do milho na safra deverão que estava projetado para o final do mês de setembro. “Como tivemos 20 dias de chuvas, muitos produtores não conseguiram fazer a semeadura no momento ideal”, afirma.

Apesar desse cenário, a liderança ressalta que a safra do cereal está dentro da normalidade e neste terá um aumento em torno 5% da área em detrimento a cultura da soja. “Porém, está muito longe da necessidade que o estado precisa, sendo que nós colhemos na temporada passada 2,5 milhões de toneladas e esperamos colher por volta de três milhões de toneladas”, comenta.

No entanto, o estado consome aproximadamente 6,5 milhões de toneladas com a cultura que é destinada para alimentação de aves e suínos. “Além dos 250 a 350 mil hectares cultivados com o milho comercial, nós plantamos mais 200 mil hectares de cereal para silagem de gado leiteiro”, pontua.

Segundo a liderança, os produtores rurais não acreditam nas lavouras de milho devido à falta de políticas públicas que incentivem a produção na cultura na localidade. “Nós temos um programa que distribui 200 sacas de milho por ano, mas essa política beneficia as lavouras que produzem silagem”, diz.

Em função da alta do câmbio, alguns produtores rurais deixaram para adquirir os insumos de última hora. “Quando foram comprar os fertilizantes, o dólar estava por volta de R$ 4,00. Isso pode resultar em uma produtividade menor em parte das lavouras e na diminuição do uso de fertilizantes”, afirma.

Soja

Como na safra anterior, a área de soja terá mais de 700 mil hectares cultivados. “Parte dessas áreas é voltada para a produção de sementes de soja para todo o país e temos uma bonificação nos preços de 10% a 15%”, ressalta.  

Com relação aos preços da oleaginosa, Barbieri acredita que as referências vão ficar pressionadas no próximo ano. “Nós sabemos que haverá uma queda do dólar ante ao real e que o mercado de grãos internacional está abastecido, por isso vamos ter um ano muito difícil pela a frente”, salienta.

Neste momento, as referências para o milho estão em torno de R$ 34,00 a R$ 35,00 a saca. No caso da soja disponível, a saca está cotada a R$ 78,00 a R$ 80,00. “No mercado temos uma oferta de milho maior do que a demanda com preços que estão caindo dia após dia”, completa.

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Por:
Carla Mendes e Andressa Simão
Fonte:
Notícias Agrícolas

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