Colheita do milho avança em MS com estimativa de safra recorde no estado. Falta de armazéns volta a preocupar
Cristiano Bortolotto, presidente da Aprosoja-MS, destaca que a segunda safra do milho no estado, que teve uma área plantada de 1,8 milhões de hectares, já teve 23% da área colhida. A expectativa é de uma produção total de 9,2 milhões de toneladas.
A área colhida está atrasada devido ao clima, que alongou o ciclo da cultura ao longo da safra. Os produtores também aguardam para colher um produto mais seco, por conta da dificuldade de armazenagem.
O volume aguardado, se concretizado, seria o maior volume de milho já colhido no Mato Grosso do Sul, que vem batendo recordes de volume de produção ano a ano, devido, principalmente, ao aumento de produtividade.
Entretanto, o estado possui uma capacidade em torno de 8 milhões de toneladas para armazenagem. Há cerca de 3,5 milhões de toneladas de soja estocadas. Assim, há uma expectativa do que fazer com o milho que não pode ser armazenado frente ao déficit de armazenagem enfrentado. A opção dos silo-bolsas ajuda a guardar de uma forma segura o produto a ser colhido, mas não é uma solução definitiva.
Algumas avaliações nacionais e internacionais apontam que o ideal seria possuir uma capacidade de armazenagem que representasse 120% daquilo que é colhido - ou seja, maior do que a produção do estado.
No Sul do estado, que representa 70% da produção, deve começar a chover logo no início de agosto. Essa é uma dificuldade a mais que é encontrada.
A Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) possui alguns armazéns que serão oferecidos para a armazenagem do Mato Grosso do Sul, após uma conversa com a Aprosoja e outras autoridades do estado. "Longe de resolver o problema, isso contribui para um dinamismo nesse recebimento do milho", diz Bortolotto.
Ele conta que todos os armazéns que irão receber os produtos só irão receber se tiverem condições de recebimento, mantendo a qualidade do produto. A capacidade é pequena, mas está em regiões importantes para a produção.
Mato Grosso do Sul é um estado que começou a participar recentemente dos leilões da Conab, que, para o presidente, ajudarão a dinamizar o escoamento do milho e buscar que o produtor tenha acesso ao preço mínimo e consiga ter uma rentabilidade para fechar as contas da safra.
Nos dois primeiros leilões, a soma do prêmio ofertado com o valor de mercado não remuneravam o produtor com o preço mínimo. Agora, nos dois últimos, o prêmio foi adequado para que os produtores consigam chegar nesses valores.
Hoje, o milho está em torno de R$16, dependendo da região e do tipo de comercialização.
O estado também possui a expectativa de realizar exportações, uma vez que o estado consome apenas de 1,5 a 2 milhões de toneladas. A comercialização está atrasada, em torno de 30%, enquanto no ano passado havia 60% do milho comercializado.
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