Milho é pressionado por estoque acima do previsto, chegada da safra de verão e boas perspectivas para safrinha
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Cotações pressionadas com chegada da safra de verão e boas expectativas para segunda safra já deixam milho com valores abaixo do
DownloadOs primeiros dias do mês de janeiro mostram uma pressão sobre as cotações do milho no mercado interno. O indicador Cepea registra um recuo de quase 9% no mês. Na região de Campinas, a média de preços tem um recuo de 8,5%.
De acordo com Lucílio Alves, pesquisador do Cepea, o mercado iniciou o ano de 2017 um pouco mais pessimista em relação aos preços, o que é reflexo de um excedente doméstico comparado às estimativas anteriores de exportação e também de um ritmo satisfatório que favoreceu as lavouras de verão, com uma boa perspectiva para a segunda safra.
No ano passado, os preços elevados para o milho diminuiram a competitividade brasileira, o que fez com que os importadores migrassem para outros países. Com isso, ao invés de ficar um excedente de 5 milhões de toneladas, esse excedente deve ser de 9 milhões de toneladas.
A Conab prevê uma safrinha de 56 milhões de toneladas para o Brasil, porém, considerando ainda a mesma área cultivada em 2016, com ajuste de produtividade com base nos anos anteriores. A produtividade, somada a um possível aumento de área para o cereal, também pode levar o milho a uma safrinha recorde.
Este ano, portanto, deverá exigir uma necessidade de exportação maior e, de acordo com o pesquisador, o ano "tem tudo para que as exportações sejam bem melhores do que as do ano anterior", já que os preços estão bem mais próximos dos patamares observados no Golfo do México e no Mar Negro.
Em Campinas, o milho está sendo comercializado de R$34 a R$35 reais hoje. Este preço, no entanto, já é o preço entre cooperativas, traders e consumidores. Para o consumidor, o valor é relativamente menor ou menor a depender da região. Os níveis observados como um todo ainda são remuneradores para o produtor, mas em algumas regiões, como o norte do Mato Grosso, eles já estão "no limite do equilíbrio, apesar de ainda se manterem competitivos e remuneradores", aponta o pesquisador.
Com este cenário de possível depreciação, pode ser o momento de os produtores começarem a participar. No entanto, o mercado está parado nos primeiros dias do ano, precisando, assim, aguardar o andamento do cultivo da segunda safra para a abertura de uma nova janela de comercialização.
Por outro lado, a situação na Argentina, que ameaça menor produtividade e menor área para o milho, deve gerar um menor volume no mercado internacional, o que poderia ser favorável para o Brasil no jogo dos grandes players.
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