Para não perder competitividade digital, tecnologia 5G precisa ser amplamente discutida e implementada no Brasil
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Entrevista com Vinicius Marchese - Presidente do Crea-SP sobre o Agricultura 5G
O impacto do 5G no agronegócio brasileiro, por Vinícius Marchese
Vinicius Marchese é presidente do CREA-SP
O Brasil tem um imenso desafio à frente: garantir segurança alimentar para a crescente população mundial. A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) estima que a agricultura mundial deverá aumentar a produção de alimentos em 80% até 2050 para suprir os quase 10 bilhões de habitantes no planeta. Neste cenário, nosso país seria responsável por metade dessa produção. O caminho para alcançar tais metas e transformá-las em realidade passa, obrigatoriamente, pelo 5G.
O leilão de espaço do espectro exclusivo está previsto para o segundo semestre deste ano e promete alavancar o setor do agronegócio, trazendo a conectividade necessária para os produtores rurais e consolidando a agricultura 4.0. Com as licitações de radiofrequências nas faixas de 700MHz, 2,3 GHz, 3,5 GHz e 26 GHz, as operadoras de telefonia expandirão a rede de internet, conectando mais cidades.
Com a tecnologia do 5G, que tem uma velocidade de rede 100 vezes maior, seremos capazes de superar o apagão que existe hoje no Brasil e levar conexão efetiva ao campo. Apesar das inovações e da liderança do agronegócio brasileiro, a internet não está presente em mais de 70% das propriedades rurais. Dos 5,07 milhões de estabelecimentos rurais, 3,64 milhões de propriedades ainda operam off-line. Os dados foram divulgados no Atlas do Espaço Rural Brasileiro do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) prevê um aumento de 6,3% no valor bruto da produção agropecuária brasileira com a ampliação de 25% na conexão do campo. A tecnologia do 5G também terá impacto direto no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, que pode crescer R$ 6,5 trilhões a mais até 2035, conforme previsão da consultoria Omdia.
Atualmente, o Brasil alimenta cerca de 800 milhões de pessoas em todo o mundo, como mostrou levantamento da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Os números comprovam a importância de garantir a conectividade, pois é assim que se alcançará mais produtividade.
O setor do agronegócio será um dos principais beneficiados com a quinta geração de telefonia, que potencializa o acesso à agricultura de precisão. Com o 5G, será possível que os produtores tenham acesso a uma série de benefícios, como o uso de drones para controle e prevenção, conexão de máquinas por meio da internet das coisas (IoT), estimativa de safra, monitoramento de culturas e animais, automatização de colheita e pulverização, entre outros. São ganhos que se traduzem em crescimento da nossa cadeia produtiva em todas as suas etapas: antes, dentro e depois da fazenda.
Diante deste contexto, precisamos acelerar a corrida do Brasil em direção à conexão 5G. Os países que hoje não são competitivos passarão a ser. A revolução que acontecerá no país com a chegada dessa tecnologia beneficia toda a sociedade, pois traz um impulso importante para a economia, em um momento delicado de crise e acentuação das desigualdades devido à pandemia.
E para continuarmos na dianteira da produção mundial, devemos refletir sobre o avanço tecnológico que teremos no agronegócio quando a conectividade chegar, de fato, aos produtores. Não podemos ficar para trás em um assunto em que somos líderes e referência mundial. O 5G precisa acontecer agora para que haja um futuro de crescimento econômico, desenvolvimento sustentável e segurança alimentar mundial.
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