Estiagem no Sul do país deve começar a afetar produção leiteira no final de janeiro, diz especialista

Publicado em 07/01/2022 14:45 e atualizado em 07/01/2022 15:41
Glauco Rodrigues Carvalho - Economista da Embrapa Gado de Leite
Captação já vem diminuindo desde o ano passado devido aos altos custos de produção que pressionaram as margens em toda a cadeia

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Entrevista com Glauco Rodrigues Carvalho - Economista da Embrapa Gado de Leite sobre o Mercado do Leite

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A estiagem que vem castigando a região Sul do país desde o final de 2021 ainda não afetou a captação de leite na principal bacia produtora do país, segundo o economista da Embrapa Gado de Leite, Glauco Rodrigues Carvalho. Ele explica que os efeitos da seca devem começar a ser vistos a partir da segunda quinzena de janeiro, começo de fevereiro. Isso porque, de acordo com o especialista, mesmo com a pastagem mais seca, o gado consumiu, o problema é que não haverá rebrota.

Segundo informações do banco Itaú BBA, a pecuária leiteira tende a ser mais penalizada pela La Niña por duas razões; primeiramente porque a relevância da Região Sul é maior no leite, especialmente os estados do PR e RS, e com as pastagens em condição aquém do ideal, a captação de leite também deve vir abaixo do potencial. Em segundo lugar, sendo a atividade mais dependente de grãos, os custos do alimento concentrado podem se manter pressionados, a depender da dimensão das perdas na primeira safra de milho. 

Carvalho pontua que, com as pastagens terminando, o produtor que preparou silagem para o período de entressafra pode ter que antecipar o uso, e corre o risco de faltar mais adiante. "O cobertor fica curto nessa situação", afirma o especialista.

Para o economista, esta entressafra deve ser mais difícil, com captação menor, porém a demanda deve começar a melhorar com as atividades externas, como aulas presenciais, serviços de hotelaria, o que deve contribuir para que os preços sejam puxados para cima. 

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Por:
Letícia GUimarães
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • Douglas Gehrke Capitão Leônidas Marques - PR

    Só acho que essa reportagem tá 1 mês atrasada do que já aconteceu...

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    • Carlos William Nascimento Campo Mourão - PR

      Quase não tem silagem que presta no Paraná. A maioria do milho cortado estava seco e quase sem grãos. A safra de leite é definida na safra de milho. Com os preços do milho não dá para compensar a silagem ruim. E tem limite o quanto de milho moído a vaca pode comer. O mesmo aconteceu no RGDS e Santa Catarina. O comprador do meu leite, do nada, me ligou e disse que o pagamento de dezembro foi muito baixo, que o Conseleite derrubou muito o preço. E que irão compensar no pagamento de Janeiro. Isso é para agradar o colono, pois já sabem que a concorrência pelo leite vai ser acirrada. Inflação dos alimentos não vai baixar. Tomara que a ministra esteja ciente do tamanho do problema, e avise o presidente Bolsonaro. Economia é que decide eleição. Se as coisas vão bem, povão tende a não querer mudanças de governo.

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    • paulo peruzzolo palotina - PR

      BOM DIA. Amigos do campo, hoje me preocupa o peso da informação fora da realidade, me refiro a estimativa de produção divulgada pela CONAB no dia 11-01-22 sobre produção de soja safra 22 a ser colhida, isso esta impactando no mercado mundial e nos preços da soja. Não esperava nesta data uma quebra na produção real, esperava neste mês pelo menos uma posição em 135 MI. de TONELADAS PARA A SAFRA BRASILEIRA, mesmo sabendo que hoje o BRASIL não colhera 130 mi. de ton. Gostaria de ver em dez dias uma nova posição já com áreas afetadas pela seca colhidas e calculadas, e a contabilização das inúmeras áreas não colhidas devido a perda total...pensem nisto. Abraço e muita coragem para o próximo plantio...

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