Citricultores aguardam divulgação de documentos do Cade, explicando funcionamento de Cartel, para buscar indenizações na justiça
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) reconheceu a formação de cartel entre indústrias do setor citrícola no período de 1999 a 2006. O processo vem se arrastando desde 2006 com a Operação Fanta e trouxe uma situação instável para o setor, com muitos produtores abandonando a atividade nesse tempo.
Frauzo Ruiz Sanches, da comissão especial de citricultura da Faesp, considera que a finalização desse processo foi importante para o setor, embora tenha sigo "desgastante". Agora, os produtores aguardam pela publicação do histórico de conduta para saber como as indústrias se posicionaram em relação ao caso. Serão mais de R$300 milhões recolhidos das indústrias - que não voltarão para as mãos dos produtores.
O reconhecimento, segundo Sanches, abre um precedente para que todos os produtores que se sentiram lesados com esse tipo de ação possam abrir um novo processo para buscar esclarecimentos, mas é importante aguardar para que a documentação seja divulgada.
Apesar de o reconhecimento ter sido feito até o ano de 2006, Sanches aponta que a prática continuou após esse período, com pico em 2011 e 2012. Para ele, deve haver uma nova investigação, já que o endividamento do setor foi "gigantesco".
Ele também salienta a necessidade de reativar o Consecitrus, um conselho que envolve as três principais entidades do setor, cujas propostas foram recusadas pelas indústrias até então, de forma que Sanches aponta para a avaliação de novas ações ou para a criação de um novo modelo de Consecitrus, buscando soluções.
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