Estoques de suco de laranja serão 43% menores em junho, resultado de duas safras seguidas de baixa produção
A estimativa divulgada nesta segunda-feira (15) pela CitrusBr (Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos) apontam o menor volume de estoque globais de suco de laranja desde 2012. Totalizando 292.385 toneladas até 30 de junho de 2016 - retração de 42,7% -, o volume será capaz de abastecer 14 semanas de consumo.
Considerando o estoque até 31 de dezembro do ano passado o montante é de 728.865 toneladas, menor volume da série histórica desde que a medição por meio de auditorias independentes que começou a ser realizada e divulgada em 2011.
Nos últimos anos, a cadeia do suco de laranja tem sofrido com o acúmulo de estoques devido principalmente a duas grandes safras que aconteceram nos períodos 2011/12 e 2012/13. Contudo, de acordo com o diretor executivo da CitrusBr, Ibiapaba Netto, o principal fator no queda nos estoques foi a redução na produção das safra 2014/15 e a projeção de retração na temporada 2015/16.
"Estamos em uma safra que ainda está sendo processada, por conta do atraso causando pelas condições climáticas, mas já sabemos que será pequena. E neste ano o que tem acontecido também é um rendimento industrial muito ruim", explica Netto.
Levando em conta as laranjas processadas até janeiro da safra 2015/16, o processamento industrial registrou o pior rendimento já analisado. Neste período foi preciso de 299,14 caixas de laranja de 40,8 quilos para a produção de uma tonelada de suco de laranja, ante 240,5 caixas de laranja no período passado, numa piora de 24,4%.
No decorrer do primeiro semestre de 2015 os pomares sofreram com intensa seca em todo o cinturão produtivo. Esse fator afetou o desenvolvimento do fruto, causando um fenômeno conhecido como cristalização, que reduz a quantidade de suco dentre de cada fruta. Já no segundo semestre, o problema foi o inverso, com excesso de chuvas o que aumentou a quantidade de água nas frutas e, conseqüentemente, piorou o rendimento industrial.
O volume de 292.385 toneladas, no entanto, é suficiente para a passagem de uma safra para outra, não havendo desabastecimento, mas bastante ajustado a demanda.
Por outro lado, mesmo com os dados de redução na produção do Brasil e dos Estados Unidos e menores níveis em estoques de passagem, os preços do suco na Bolsa de Nova York tem dificuldade em recuperar por conta da retração na demanda mundial. "Nos EUA o ritmo de consumo tem caído, às vezes, até mais forte que a oferta de fruta. Os dados de consumo em 2015 fecharam em 618 mil toneladas, enquanto que ha 12 anos atrás esse número era de 1 milhão de toneladas", destaca Netto.
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