Após susto com ataque, preços de soja e demais commodities devem se recompor, analisa Ênio Fernandes

Publicado em 03/01/2020 12:37
Ênio Fernandes - Consultor em Agronegócio da Terra Agronegócios
Ataque dos EUA no Iraque matou um dos principais líderes iranianos, o comandante Soleimani, e instalou aversão ao risco intensa nos mercados internacionais. No entanto, melhores relações entre China e EUA e taxas de juros baixas em todo o mundo amenizam efeitos.

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Entrevista com Ênio Fernandes sobre os Mercados do petróleo e commodities agrícolas

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As tensões e a cautela se espalharam pelo mercado financeiro nesta sexta-feira (3) depois do ataque dos EUA ao Irã que matou um dos principais líderes do país, o general comandante iraniano Qassem Soleimani, provocando uma disparada do petróleo, baixa das demais commodities e bolsas de valores internacionais e, na outra ponta, uma alta do dólar. 

O dia é de intensa aversão ao risco. 

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Ataque EUA janeiro 2020

Destroços em chamas em rodovia perto do aeroporto internacional de Bagdá - Foto: Reuters

Perto de 12h40 (horário de Brasília), o petróleo WTI subia mais de 3,4% para bater em US$ 63,26 por barril. O ouro tinha alta de 1,50%. No mesmo momento, o dólar index tinha leve alta de 0,02%. 

Os índices acionários perdiam mais de 0,6%, enquanto os futuros da soja perdiam mais de 1,5% - ou 16 pontos - entre os principais contratos, o milho mais de 0,6% e o trigo, quase 0,7%. 

A reação dos mercados foi imediata ao acontecido, porém, amenizada por alguns outros fatores que acontecem paralelamente, como explica o consultor em agronegócios Ênio Fernandes, da Terra Agronegócios. 

Entre estes fatores estão um alinhamento e uma melhora nas relações comerciais entre China e Estados Unidos e as taxas de juros baixas no mundo todo. "O mundo está ensopado de dinheiro. E isso faz com que o mundo seja mais tolerante a um elevado grau de risco", diz Fernandes, em entrevista ao Notícias Agrícolas. 

O momento é de cuidado, como ele explica, e de monitoramento, principalmente, das retaliações que podem vir daqui em diante. E o Irã já prometeu vingar a morte de Soleimani. Além disso, Fernandes acrescenta ainda que os alertas se reforçam na medida em que 2020 é ainda ano de eleições presidenciais nos EUA. 

O consultor explica que as realizações de lucros pelas commodities agrícolas que caem nesta sexta-feira vêm ainda depois de uma "robusta sequência de altas". E complementa dizendo ainda que são 'aceitáveis' e até pequenas diante da intensidade dos últimos ganhos e da notícia do ataque. 

Fernandes acredita que caso os preços do petróleo continuem subindo com tamanha força, a tendência ainda é de que possam contribuir, inclusive, com os preços do milho na Bolsa de Chicago - já que o cereal é a principal matéria-prima para a produção de etanol no país - ajudando, consequentemente, também os preços da soja. 

Veja abaixo alguns tweets sobre a repercussão da morte de Solemani no Irã e no Iraque:

 

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Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas

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