Produtividade média do arroz deve reduzir na segunda metade da colheita em função de problemas climáticos e atraso no plantio
O presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Estado do Rio Grande do Sul (Federarroz), Henrique Dornelles, diz que a decisão pela constitucionalidade do Funrural, que venceu por 6 votos a 5 ontem, no Supremo Tribunal Federal (STF) é uma notícia negativa para o setor de arroz, especialmente em um momento no qual os produtores já estão tendo problemas de rentabilidade.
Como produtor, Dornelles também recorreu a liminares. Agora, ele acredita que a Federarroz precisa ter um posicionamento em virtude das várias características dos seus produtores, desde pequenos aos grandes. Por isso, ele diz que ainda não foi divulgada uma posição da federação, mas que esta é uma notícia negativa de forma geral.
A colheita do arroz no Rio Grande do Sul iniciou ruim, como define o presidente, em função de um clima que ainda sofria o reflexo das chuvas constantes. Nos últimos 10 dias, o tempo ficou mais firme no estado e a evolução foi mais firme e satisfatória. 50% da área foi colhida em março, um número considerado tardio em relação ao histórico. As previsões dizem que os produtores terão mais 10 a 15 dias de tempo firme para finalizar a colheita em uma maior velocidade.
Há 15 dias, a produtividade era maior. Agora, este número cedeu para 8000kg por hectare. Para os próximos 50%, Dornelles diz que há a certeza de um declínio, o qual ainda não se sabe se será extremamente acentuado ou acentuado, mas a previsão é de 7000kg por hectare.
Essa perda de produtividade foi ocasionada por dois motivos: um deles é de que 20% das lavouras foram plantadas fora do período ideal. O outro, é que houve uma ocorrência de frio ao final de fevereiro e início de março, bastante intensa, que deve prejudicar até quem plantou no final da janela ideal de plantio.
O preço pago ao produtor de arroz está em R$40, para um custo de produção na casa dos R$7000 por hectare. O setor deverá amargar um prejuízo, portanto - com apenas os produtores mais capitalizados ou com outras atividades conseguindo se segurar nos atuais patamares de preços.
A tendência, no entanto, é que os negócios para a exportação comecem a ter uma outra dinâmica. Dornelles está embarcando para o México na tentativa de facilitar o comércio deste país com o Brasil de forma que seja fundamental para enxugar o mercado neste momento.
Para os produtores, ele recomenda coragem e paciência. Dornelles acredita que a curva dos preços baixos vai retornar a subir e pede para os produtores não aceitarem negociações unilaterais, mirando o futuro e fixando os preços no mínimo remunerador.
0 comentário
Ibrafe: Produtores continuam à espera da demanda
Arroz/Cepea: Liquidez segue baixa e cotações, em queda
Anec reduz projeções de exportações de soja e milho do Brasil em novembro
Acordo comercial entre Brasil e China pode impulsionar a produção de gergelim no Brasil
Ibrafe: Adidos agrícolas fazem a diferença no Feijão
Ibrafe: Feijão-carioca segue indicando melhora