Preços internos do trigo despencam 15% em relação ao ano passado com avanço da colheita, dólar em queda e oferta sulamericana
Os preços internos do trigo estão bastante retraídos neste ano pressionados pela cotação em baixa no mercado internacional, desvalorização do dólar e maior oferta no hemisfério sul.
No Rio Grande do Sul os preços variam entre R$ 580 a R$ 600 a tonelada, correspondendo à queda de 15% na comparação anual. No Paraná o recuo no período foi de 12%, com trigo cotado entre R$ 640 a R$ 650/t.
Com a colheita avançando em ambos os estados e a expectativa de que a safra brasileira totalize 6 milhões de toneladas, o analista da Safras & Mercado, Élcio Bento, afirma ser imprescindível a aplicação de políticas de preço mínimo que atualmente está em R$ 644 a tonelada.
O Governo estuda a possibilidade de realização de leilões de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro), Prêmio de Escoamento de Produto (PEP) e Aquisições do Governo Federal (AGF).
No Pepro e no PEP, o governo subsidia a diferença de preço entre o valor de mercado do trigo e o mínimo de garantia ou arca com parte do custo do transporte para retirar o cereal da região produtora até centros consumidores. No AGF o produto é adquirido pelo governo diretamente do produtor para ser guardado nos armazéns da Companhia Nacional de Abastecimento e ser usado futuramente para atender necessidades de consumo.
Segundo Bento ainda não é possível afirmar qual será a estratégia adotada pelo governo, mas "possivelmente a intervenção será através de mecanismos que retirem excesso de produção das regiões produtores, destinando ao norte e nordeste, assim como no mercado internacional."
"Também é importante destacar que o preço o milho ainda continua muito alto em relação ao trigo, fazendo com que parte da oferta de trigo seja destinada a indústria de ração", acrescenta o analista. No Rio Grande do Sul, a expectativa é de que pelo menos 15% da oferta seja destinado à engorda de animais.
De modo geral Bento diz acreditar que o cenário para esse ano é de preços mais baixos que na temporada passada, "porém o patamar dos R$ 600/t deve ser o mínimo observado para esse ano, dependendo é claro, do comportamento cambial."
Mercado internacional
No mercado internacional as cotações futuras do trigo na Bolsa de Chicago buscam uma recuperação. Após a pressão o ingresso de safra do hemisfério norte entre junho e agosto, o mercado tenta se consolidar em patamares mais elevados.
Conforme explica Bento, "as cotações ultrapassaram os US$ 4,20/bu, mas não tem sustentação de fundamentos para segurar esses patamares", devido a estoques internacionais que são os maiores da história.
Para Bento a principal pressão de queda já acabou, porém, o cenário no mercado internacional ainda é de pressão.
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