Chuvas em excesso atrasam plantio do arroz em Restinga Seca (RS) e trabalho no campo deverá ser finalizado fora da janela ideal
As fortes chuvas e temporais ocorridos nos últimos dias no Rio Grande do Sul estão prejudicando o andamento dos trabalhos de campo com o arroz. Na região de Restinga Seca (RS) uma área de aproximadamente 40 mil hectares [que compreende quatro municípios] apenas 10% das lavouras foram semeadas a 18 dias do fim da janela ideal.
O produtor rural, Flávio Giuliani, conta que poucos conseguem dar sequência ao plantio, e a pequena porcentagem de áreas que foram cultivadas também sofrem pelo excesso de chuvas.
Segundo levantamento realizado na propriedade de Giuliano, na média dos últimos três anos [2014, 2015,2016] a região recebeu, no mês de outubro, aproximadamente 520 mm de chuvas, enquanto que a média histórica é de 133 mm.
Esses seguidos anos de quebras na produção trouxeram grandes prejuízos aos orizicultores que temem agora por mais um ano de safra baixa. A projeção era de uma safra de elevada produtividade, apesar das dificuldades de crédito e de renegociações das dívidas. Entretanto, eventos climáticos dos últimos dias já trazem a certeza do atraso do plantio em área relevante do estado.
Para os próximos dias a tendência é de que as precipitações permaneçam na região. "Temos previsões de até 15 de novembro com chuvas", exatamente no dia que encerra a janela ideal de plantio no estado, explica Giuliano.
O produtor ressalta que será "preciso flexibilidade do governo, permitindo a plantio fora do período recomendado". A semeadura fora da janela gera preocupações quando à produtividade e o seguro das áreas, que devido às normas não são cobertas perdas de lavouras cultivadas fora do período determinado.
Preços
Em contrapartida os preços do arroz estão remuneradores no estado. Segundo Giuliano na região a saca de 60 kg está cotado em R$ 50,00. Esse fator é consequência da quebra de quase 30% na safra anterior.
"Hoje conseguimos cobrir os custos de produção, porém é são poucos produtores que ainda tem o produto na mão", explica o agricultor.
Para ele, não está descartada a possibilidade de novas altas a medida que a safra 2016/17 também enfrenta problemas.
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