Macri volta atrás e mantém redução de 5% das "retenciones" para parte das regiões produtoras na Argentina já em 2017

Publicado em 20/10/2016 12:00
A medida beneficia produtores de 10 províncias ao Norte do país, mas, segundo consultor, não deve interferir no planejamento e nas expectativas de produção argentina. Produção de soja pode chegar a 60 milhões de toneladas e milho deve ter incremento de 30% em volume ofertado

Na Argentina, as províncias localizadas ao norte, nordeste e noroeste do país, como Chaco, Tucupán, Santiago Del Estero, Jujuy, Corrientes e Salta, que representam 6 milhões de hectares da área produtiva do argentina, foram beneficiadas por uma medida do governo de Maurício Macri que reduz em 5% os atuais 30% de taxas, as chamadas "retenciones", sobre a exportação da soja.

Para as outras províncias, os produtores terão a diminuição de 0,5% por mês a partir de 2018, o que levará a uma redução de 6% ao ano. De acordo com Pablo Adreani, da consultoria argentina AgriPAC, a situação do governo é bastante delicada, uma vez que o "pacote que recebeu da administração anterior foi muito pior do que o pensado". Por enquanto, portanto, a redução foi destinada aos produtores que possuem maior custo com o frete, tendo os 5% reembolsados pelo governo.

No entanto, este fator não influencia uma migração da soja para o milho. Alguns produtores migraram, segundo Adreani, pelo fato de o preço do milho estar "relativamente maior do que o da soja". Esta migração se dá, principalmente, na zona central do país, de modo que mostra que a redução aplicada pelo governo é aninda mais benéfica para os produtores do norte, nordeste e noroeste do país. 500 mil hectares que seriam destinados para a soja irão migrar para o milho, mas esta informação já era prevista e não influencia nas intenções de plantio para o produtor.

Com os 5% de redução, os produtores podem obter uma vantagem de US$15 a US$18 nos preços da soja, que está cotada no mercado futuro a US$255 a tonelada.

Em termos de produção, a produção total de milho da Argentina deve aumentar de 32 milhões de toneladas para 40 milhões nesta safra, enquanto a soja deve passar de 50 milhões de toneladas para 60 milhões de toneladas.

Adreani ainda faz uma estimativa de que em 2018 a Argentina possa voltar ao posto de segundo maior exportador de milho, atrás apenas dos Estados Unidos e superando o Brasil.

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Por:
Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte:
Notícias Agrícolas

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