Com custos mais altos, área destinada ao trigo deverá recuar 28% em Santo Ângelo (RS)
Em Santo Ângelo (RS), os produtores rurais já deram início ao plantio no trigo e a perspectiva é que haja uma redução de 28% na área cultivada com o cereal nesta temporada. As dificuldades em relação à comercialização do grão, a falta de sementes e a baixa disponibilidade de recursos financeiros acabaram pesando na decisão dos agricultores. De acordo com dados da Emater/RS, a área cultivada no estado chegou a 9% do total estimado para essa safra até a semana anterior.
O presidente do Sindicato Rural do município, Cláudio Duarte, destaca que a questão da falta de sementes fez com que os produtores antecipassem os trabalhos nos campos. “Começamos a semeadura entre os dias 10 a 15 de maio, mais normalmente o cultivo do cereal é iniciado no mês de junho, porém, havia uma preocupação quanto à deficiência de sementes e possíveis problemas de vigor e germinação”, afirma. Por enquanto, as plantações já cultivadas apresentam boas condições.
Já em relação ao clima, as previsões climáticas indicam a formação de um La Niña para essa temporada. A liderança sindical ainda sinaliza que o clima mais frio e seco, característicos do fenômeno, se confirmados, deverão contribuir para o bom desenvolvimento das lavouras do cereal.
Paralelamente, o quadro para o trigo registrou uma movimentação recentemente devido ao aumento na demanda pelo produto. Isso porque, frente à oferta restrita do milho muitas empresas têm buscado o trigo para a substituição no momento da fabricação da ração. Em meio a esse cenário, as cotações do cereal estão próximas de R$ 40,00 a R$ 45,00 na região.
“Até mesmo o triguilho, trigo de baixa qualidade, está sendo cotado a R$ 40,00 a saca. Os custos de produção estão próximos de 40 a 45 sacas por hectare. Até mesmo a aveia branca que é um produto que sempre tivemos aqui na região já foi negociada para o setor de rações”, pondera Duarte.
Milho
A semeadura do milho deve ter início entre o final de junho e meados de julho na região. “Temos um La Niña para a região, o que para o milho não seria tão favorável, mas temos muitas áreas irrigadas. Os produtores estão conscientes quanto ao risco climático. Talvez possamos ter até uma antecipação do plantio também em função de uma perspectiva de seca. Atualmente, a saca o milho é negociada entre R$ 60,00 a R$ 65,00 na localidade”, diz o presidente.
0 comentário
Ibrafe: semana foi marcada por poucos negócios no mercado do feijão
Semeadura do feijão está concluída na maior parte do Rio Grande do Sul
Produção de gergelim cresce 107% na safra de 2023/24 no Brasil
Ibrafe: Acordo do Gergelim abre caminho para o Feijão com a China
Arroz/Cepea: Preços são os menores em seis meses
Arroz de terras altas se torna opção atrativa de 2ª safra entre produtores do norte de Mato Grosso