Fim da aplicação de bandeiras tarifárias de energia elétrica para as lavouras irrigadas pode reduzir em torno de 25% os gastos dos arrozeiros
A retirada dos setores irrigantes da bandeira tarifária de energia elétrica deve trazer uma redução de 25% nos custos do arrozeiro. No Rio Grande do Sul, 100% das plantações têm o sistema de irrigação por inundação, e nesta safra a aplicação do sistema causou um aumento de 104% nos custos com a energia.
No entanto, recentemente um projeto de lei - aprovado na Câmara dos Deputados e no Senado - foi sancionado pelo presidente Dilma Rousseff, que retira a incidência da bandeira vermelha da Aquicultura e do Rural Irrigantes de forma generalizada no Brasil.
De acordo com o presidente da Federarroz, Henrique Dornelles, essa é uma notícia positiva para o setor, já que o regime de bandeira vermelha - que aumenta em R$ 0,055 o custo da energia por cada kilowatt-hora (kWh) consumido - foi implantado em janeiro deste ano devido à escassez de produção de energia elétrica causada pela seca no Sudeste. Desde então, a Aneel nunca alterou o regime.
Em dezembro de 2014 o kW/H para os irrigantes custava R$ 0,06 entre 22h e 6h30min, e R$ 0,16 entre 6h30min e 19h. Agora no mesmo mês de 2015, os valores estão em R$ 0,14 e R$ 0,28. "Com a medida ficaríamos com custos de 79% somente nas tarifas de energia elétrica - o que ainda é muito alto - mas as tarifas de energia elétrica possuem 45% do seu valor em encargos, ou seja, há muito gordura para ser cortada ainda", declara Dornelles.
Segundo ele, sem a retirada da bandeira tarifária, o produtor precisaria comercializar o arroz a R$ 44,00 a saca de 50 kg para cobrir somente os custos da energia, no entanto, os preços praticados no Estado então na faixa de R$ 40,00/sc.
Safra 2015/16
Devido ao grande volume de chuva que recebem os estados do sul do país, o plantio do arroz está atrasado em maior parte das regiões produtoras. Segundo o Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA), foram semeados 937,4 mil hectares até o dia 04 de dezembro, o equivalente 86,15% da área prevista para a temporada.
Segundo o presidente, pela média histórica a semeadura no Estado deveria ter atingido 90% ainda na metade do mês de novembro.
Além disso, as áreas já plantadas se desenvolvem de maneira irregular pela falta de insolação e temperaturas adequadas para a lavoura. "Isso nos remete a uma situação que fatalmente teremos uma redução significativa da produtividade e também da área plantada, o que deve levar a uma produção no Rio Grande do Sul abaixo das 8 milhões de toneladas", alerta Dornelles.
Por outro lado, se a quebra se confirmar, o setor espera uma alta significativa nos preços que pode amenizar as perdas no campo.
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